Maior exportador global de algodão, a cadeia da fibra começa nesta terça-feira (3), em Fortaleza, no Ceará, seu maior evento, o 14º Congresso Brasileiro do Algodão, que ocorre a cada dois anos.
Na abertura, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e Alexandre Pedro Schenkel, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), promotora do congresso, informaram que o governo federal, a partir de hoje, concede um termo de reconhecimento aos produtores da fibra que integram o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), implantado em 2012 pela entidade. Isso significa ter acesso ao crédito rural com taxas de juros meio por cento abaixo do que já estipulado pelo Plano Safra.
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“Em ano de contenção de gastos, de respeito ao dinheiro público e também do déficit zero orçamentário, onde tivemos um contingenciamento de R$ 15 bilhões do orçamento de 2024, o presidente Lula toma uma decisão”, diz Fávaro. “Por isso, não fomos afetados com o corte de gastos”.
A cadeia produtiva do algodão tem 82% de sua produção certificada e 100% rastreada. Fávaro também anunciou que nos próximos meses o governo iniciará uma “grande campanha” na Europa sobre o algodão brasileiro. Mas a fibra tem conquistado mercados inusitados, como o Egito, país reconhecido como dono do “melhor algodão do mundo”. Na safra 2023/24, esse país comprou 17,9 mil toneladas, com a China em primeiro lugar, com embarque de 1,3 milhão de toneladas.
Hoje, os principais mercados ainda incluem Vietnã, Bangladesh, Turquia, Paquistão, Indonésia, Malásia, Coreia do Sul e Tailândia, nessa ordem. Na safra, foram colhidas 3,7 milhões de toneladas, colocando o país como maior produtor. Em julho veio a confirmação de maior exportador, superando os EUA, com 2,7 milhões de toneladas vendidas. A estimativa são 3 milhões de toneladas.
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Para Schenkel, a atual posição do país foi uma construção de 25 anos. “O Brasil se tornou o maior produtor e exportador do mundo, além de suprir seu mercado doméstico baseado em três pilares: rastreabilidade, sustentabilidade e qualidade e comércio”, diz ele. “Nossa produtividade hoje é 3 vezes maior. O Brasil tem hoje a maior produtividade em área de sequeiro do mundo, de 2 mil quilos por hectare.”
O executivo, que também é produtor da fibra, lembra que o Brasil foi pioneiro na rastreabilidade “da semente ao guarda-roupa” utilizando a tecnologia blockchain. A iniciativa “Sou do Algodão” , tem 1.600 empresas parceiras no país, entre elas grandes nomes como as redes Renner, C&A, Riachuelo, e marcas como Reserva, Malwee, entre outras. “Tudo isso se traduz em mais aberturas e consolidação de mercados, tanto no Brasil quanto fora, e nos programas de promoção do algodão brasileiro.”
O congresso vai até esta quinta-feira (5), reúne 3.500 participantes de 25 estados e de 19 países. São 19 hubs temáticos, com 114 palestras focadas em questões agronômicas, tecnologia e inovação e comunicação e comércio. Participam com patrocinadoras e expositoras 62 empresas.