Começou ontem (10), na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, e termina no final da tarde desta quarta-feira (11), a primeira reunião técnica do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20 no Brasil. Ela é preparatória para a redação da Declaração Ministerial logo em seguida, nos 13 e 14, assinada por 19 delegações de países presentes e a União Europeia.
“Não é apenas uma carta. É uma declaração que torna o compromisso muito mais sério. Acredito que vamos chegar a um consenso para encaminhar à cúpula dos líderes”, disse Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária. Fávaro também ressaltou a importância do tema do G20 escolhido pelo Brasil: “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”. “A maior de todas as degradações do ser humano é a fome. O Brasil escolheu um tema muito certeiro e que tem uma relação muito clara com o nosso GT. É uma das obstinações do presidente Lula o combate à fome”, disse ele.
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O GT da Agricultura do G20 foi criado em 2011 para atuar na redução da volatilidade dos preços dos alimentos. Desde então, tornou-se um importante foro para melhorar e auxiliar os membros do G20 em assuntos relacionados à agricultura
Entre as pautas do GT Agricultura estão: a sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; a ampliação da contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional; o reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos; e a promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais. Além do Mapa, também integram o GT da Agricultura os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Pesca e Aquicultura (MPA), Relações Exteriores (MRE) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Na manhã deste quarta, o B20 – braço empresarial do G20 – apresentou as sugestões do grupo para o documento final. Liderado pelo CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, um levantamento inicial do B20 prevê a necessidade de valores entre US$ 300 bilhões e US$ 350 bilhões por ano, destinados às transformações necessárias para a produção de alimentos, tornando-o mais resiliente. Entre as propostas está a criação de novos instrumentos de crédito e a monetização de serviços ambientais, uma das demandas dos produtores agrícolas para práticas de agricultura regenerativa, conservação de áreas e nascentes.
O Brasil assumiu no dia 1º de dezembro a presidência temporária do G20. O grupo reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O mandato tem duração de um ano e se encerrará em 30 de novembro de 2024. É a primeira vez que o país ocupa essa posição na história do grupo no formato atual. Até lá, o Brasil organizará cerca de 100 reuniões de grupos de trabalho, que serão realizadas em formato virtual e presencial, cerca de 20 reuniões ministeriais, culminando com a Cúpula de Chefes de Governo e Estado que será realizada no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.
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