Atrasos em portos e alterações de escala de navios impediram a exportação de 2,155 milhões de sacas de café do Brasil entre janeiro a setembro deste ano, segundo um levantamento divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta quarta-feira.
Pelos cálculos da entidade, ao não enviar esse café ao exterior, o país, que é o maior produtor mundial da commodity, deixou de receber US$ 580,5 milhões em receita cambial.
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“Nossos associados reportaram um custo extra de 5,938 milhões de reais, devido a detentions, armazenagens adicionais, pré-stacking e gate antecipado, ocasionado pelos elevados índices de atraso e alterações regulares nas escalas das embarcações”, apontou o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, em comunicado.
De acordo com o especialista, o Brasil convive com uma falta de infraestrutura portuária adequada para cargas conteinerizadas, e há necessidade de se ampliar capacidade de pátio e berço e aprofundar calados para recebimento de embarcações maiores.
Somente em setembro, 69% dos navios, ou 190 de um total de 277 embarcações, tiveram alteração de escalas ou atraso para exportar café nos principais portos do Brasil, conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé.
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O maior prazo de espera foi registrado no Porto de Santos, principal terminal escoador de café brasileiro ao exterior, com 38 dias entre a abertura do primeiro e do último “deadline”.
Mesmo diante dos problemas logísticos, as exportações brasileiras de café alcançam recordes neste ano, somando 36,428 milhões de sacas até setembro, com alta de 38,7% em relação aos nove primeiros meses de 2023.
“Apesar dos diversos problemas logísticos, o setor tem dado claros sinais da sua capacidade de alcançar, em praticamente todos os meses deste ano, novos recordes de exportação”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.