A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil na segunda quinzena de setembro somou 38,83 milhões de toneladas, uma queda de 13,62% ante o mesmo período do ano passado. O volume também foi abaixo da expectativa em meio a chuvas que paralisaram a colheita em algumas áreas, informou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), nesta sexta-feira (11).
Já a produção de açúcar no mesmo período recuou 16,21% para 2,83 milhões de toneladas, também por conta de um menor direcionamento de cana para a produção do adoçante. Tanto a quantidade de cana processada como a qualidade do produto estão sendo afetadas pelo tempo seco que atingiu a principal região produtora de cana do Brasil nos últimos meses.
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Após longo período de estiagem, as chuvas atrapalharam a colheita ao final de setembro, o que resultou em uma moagem abaixo da expectativa. Os dados da operação vieram abaixo de uma pesquisa realizada pela S&P Global Commodity Insights, que apontou 39,88 milhões de toneladas, enquanto a produção de açúcar ficou próxima da expectativa.
“Algumas regiões como sul de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul registraram chuvas e tiveram suas operações agrícolas impactadas”, disse a Unica, à Reuters.
Apenas 47,79% da cana-de-açúcar foi direcionada à fabricação do açúcar, ante 51,1% em igual período do ano anterior, ressaltou o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, em comunicado. A pesquisa da S&P Global havia apontado um percentual ligeiramente menor, de 47,63%.
A redução na moagem também acontece com algumas indústrias já paralisando as operações da temporada 2024/25, que deverá ser concluída antecipadamente, já que o volume será inferior ao recorde do ciclo passado.
Operaram na segunda quinzena de setembro 258 unidades produtoras na região centro-Sul, sendo 239 unidades com processamento de cana, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e dez usinas flex, segundo a Unica. No mesmo período, na safra 2023/24, foram 261 unidades produtoras.
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Na última quinzena do mês passado, mais duas unidades encerram a moagem na temporada, somando ao todo quatro unidades, versus três ao final de setembro de 2023.
No acumulado desde o início da safra 2024/25 até 1º de outubro, a moagem ainda apresenta crescimento, de 2,35%, ante o mesmo período do ano passado, para 505,08 milhões de toneladas. Já a fabricação de açúcar no acumulado desde o início da safra totalizou 33,15 milhões de toneladas, alta de 1,53% no mesmo comparativo.
Etanol competitivo
A produção de etanol de cana e milho totaliza, no acumulado da safra 25,2 bilhões de litros, alta de 7,44% no comparativo anual, segundo dados da Unica, que apontaram também um ligeiro crescimento de 0,26% na segunda quinzena de setembro, para 2,235 bilhões de litros.
A produção do combustível está crescendo em meio a uma demanda mais forte no mercado interno, com o biocombustível mais competitivo que a gasolina em vários Estados.
As vendas de etanol hidratado pelas unidades do centro-sul totalizaram 1,73 bilhão de litros no Brasil, registrando aumento de 4,36% em relação ao mesmo período da safra anterior.
A comercialização de etanol anidro (usado na mistura de gasolina) atingiu a marca de 1,03 bilhão de litros, avanço de 10,72%.
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“Seguindo movimento observado desde o início de 2024, as vendas de etanol hidratado continuam registrando crescimento importante, refletindo a competitividade do biocombustível na bomba”, disse Rodrigues.
Segundo ele, desde agosto de 2023, o etanol hidratado apresenta paridade abaixo de 73% do preço da gasolina em São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, “oferecendo a possibilidade de descarbonização com economia aos proprietários de veículos flex-fuel”.