O Grupo Potencial anunciou nesta terça-feira (6) investimento de R$ 600 milhões para aumentar a capacidade de produção de biodiesel da fábrica localizada em Lapa (PR), que assim formará o complexo com maior capacidade de produção do biocombustível a partir do óleo de soja do mundo.
Em comunicado divulgado por ocasião da sanção da lei do Combustível do Futuro, que deverá promover o aumento gradativo da mistura de biodiesel no diesel, entre outras ações, o Grupo Potencial afirmou que a fábrica paranaense vai elevar sua capacidade de produção de biodiesel de 900 milhões de litros/ano para 1,62 bilhão de litros/ano, “tornando-se a maior produtora de biodiesel, em planta única, do mundo”.
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“A transição energética é um movimento global irreversível, e nosso país está avançando significativamente para garantir a segurança jurídica, a previsibilidade dos investimentos no setor e, consequentemente, estabilidade na matriz energética”, disse o presidente do grupo, Arnoldo Hammerschmidt, ao comentar os impactos da sanção do projeto de lei.
A empresa considera que a produção adicional da planta de Lapa encontrará mercado à medida que a mistura de biodiesel no diesel deverá subir com a nova lei gradualmente nos próximos anos, passando dos atuais 14% para 25% até 2035, disse o vice-presidente Comercial, Operacional e de Relações Institucionais do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt.
A execução de obras de expansão está programada para 2025, com conclusão prevista para 2026.
A capacidade atual da usina, de 900 milhões de litros de biodiesel, já confere à unidade o posto de a maior do Brasil, segundo a empresa.
O investimento de R$ 600 milhões está dentro dos planos do grupo empresarial familiar, iniciado em 2023, de investir R$ 3 bilhões no setor.
À medida que a empresa busca verticalizar suas operações, esses investimentos deverão contemplar a implantação de esmagadora de soja com capacidade de processamento de 1,2 milhão de toneladas ao ano, que deverá somar aportes de R$ 2 bilhões anunciados anteriormente.
A empresa, que começou a produzir biodiesel há mais de 12 anos, garantirá parte da matéria-prima para sua própria fábrica, mas ainda assim terá de comprar óleo de soja de terceiros.
“Produziremos aproximadamente 25 milhões de litros de óleo por mês e, ainda, vamos comprar aproximadamente 50 milhões de litros mensalmente para garantir nossa produção de biodiesel”, destacou o presidente.
O plano de investimentos também prevê uma nova usina de refino de glicerina, aumentando a capacidade de produção para 100 mil toneladas/ano, posicionando o grupo como o maior produtor de glicerina refinada do Brasil, com investimento de aproximadamente 100 milhões de reais.
O projeto prevê também a construção de um duto de biodiesel de 55 km, ligando os Polos Industriais da cidade da Lapa ao Polo Petroquímico de Araucária (PR), com investimento aproximado de R$ 150 milhões. Além disso, os aportes do grupo contemplam a construção de um duto de gás, em parceria com o Estado do Paraná e a Compagas, entre os polos de Araucária e Lapa.
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A empresa fundada a partir de uma pequena rede de postos de combustíveis no Sul do Brasil na década de 1950, também está de olho nas possibilidades dos novos mercados de combustível sustentável de aviação, disse o vice-presidente da companhia à Reuters, anteriormente.