As usinas de açúcar da Índia podem facilmente exportar até 2 milhões de toneladas métricas do adoçante nesta temporada, já que as perspectivas de oferta doméstica melhoram e os preços locais mostram uma tendência de queda, disse o dirigente de um importante órgão do setor na quarta-feira (18).
“A situação da oferta parece melhor do que o inicialmente esperado, e é por isso que o governo deve permitir que as usinas exportem pelo menos um milhão ou dois milhões de toneladas de açúcar”, disse Deepak Ballani, diretor geral da Associação Indiana de Usinas de Açúcar, à Reuters em uma entrevista.
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No ano passado, a Índia, o maior produtor de açúcar do mundo depois do Brasil, proibiu as exportações do adoçante para a temporada 2022/23, interrompendo os embarques pela primeira vez em sete anos, já que uma seca reduziu a produção de cana e afetou a produção.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi estendeu a proibição das exportações de açúcar pela segunda temporada consecutiva, uma vez que a Índia, também o maior consumidor mundial do adoçante, enfrentou a perspectiva de uma menor produção de cana.
A temporada de açúcar da Índia vai de outubro a setembro. No entanto, é provável que país produza uma quantidade recorde de açúcar na temporada 2024/25, depois que milhões de agricultores expandiram o cultivo de cana, incentivados pelo amplo suprimento de água e pela queda dos preços das culturas concorrentes.
“Como o plantio de cana tem sido forte, espera-se que a produção do próximo ano seja bastante robusta”, disse Ballani. “Na expectativa de uma produção substancialmente maior, os preços do açúcar caíram, e a permissão para exportar pelo menos 1 a 2 milhões de toneladas ajudará as usinas que estão lutando com preços mais baixos”, disse ele.
Os preços do açúcar na Índia caíram para o nível mais baixo em um ano e meio devido à ampla oferta, tornando difícil para as usinas pagarem aos agricultores o preço da cana.
Ballani disse que os preços do açúcar caíram significativamente abaixo do custo de produção das usinas, que é de 41.000 rúpias (US$ 482,90 dólares ou R$ 2,9 mil, na cotação atual) por tonelada.
“Mesmo que o governo nos permita exportar 2 milhões de toneladas de açúcar, ainda teremos um excedente de 5,6 milhões de toneladas no início da próxima temporada, em 1º de outubro de 2025”, previu Ballani.