O mercado de café seguiu lento no país em novembro, apesar de preços recordes, com produtores segurando vendas e uma oferta escassa, de acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
“Mesmo com a forte alta nos preços, o mercado ainda esteve lento em novembro. Além de os elevados valores do café já terem garantido “caixa” para muitos cafeicultores, outros se afastam do mercado nesta época do ano, por conta de questões fiscais”, afirmou o centro de estudos da Esalq/USP.
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“Os que ainda detêm o grão esperam novas altas e momentos mais atrativos para negociar.”
Na esteira dos recordes no mercado internacional, em meio a preocupações com a oferta do Brasil na próxima safra e diante da expectativa de queda na produção do Vietnã, os valores no país também atingiram máximas.
No caso do café arábica, o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura para melhor, vem operando acima dos 2.000 reais/saca de 60 kg desde o dia 26 de novembro, encerrando o mês passado a 2.098,06 reais/saca, o maior valor diário real desde 9 de junho de 1997.
A alta no acumulado do mês foi de 37,55%, enquanto a média mensal do indicador foi de 1.774,67 reais/saca, com alta de 19,1% frente à de outubro e a mais elevada desde fevereiro de 1998.
Para o café robusta, o indicador do tipo 6, peneira 13 acima, teve média de 1.573,28 reais/saca em novembro, aumento de 11,05% frente à de outubro e a maior, em termos reais, da série histórica do Cepea, iniciada em 2001 (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de outubro/24).
No acumulado do mês, o avanço desse indicador do robusta foi de 23%.
“A forte valorização do café ao longo de novembro segue relacionada sobretudo à oferta restrita de robusta e de arábica no spot nacional e à expectativa de menor colheita de robusta no Vietnã. Assim, os poucos vendedores que estão ativos no spot brasileiro conseguem comercializar o grão a valores maiores”, afirmou.