A produção de ração animal em 2024 foi estimada em 90 milhões de toneladas, um crescimento na ordem de 2,7%. É o que indica a prévia do balanço 2024 do setor de alimentação animal, feita pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), divulgada nesta quarta-feira (4). Segundo levantamento, de janeiro a setembro deste ano, foram mais de 64 milhões de toneladas, cerca de 1,6% superior ao mesmo período do ano passado.
“A perspectiva no horizonte anual ainda reserva variações, à exemplo do incremento das rações para poedeiras, bovinos de corte e aquacultura, ao contrário da expectativa mais moderada em relação à alimentação industrializada do plantel leiteiro, das aves e dos suínos”, diz Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.
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De acordo com o Sindirações, o desempenho do agronegócio nacional registra safras suficientes, aumento da adição de biodiesel de soja e melhora nos resultados operacionais dos frigoríficos, mas ainda adversidades climáticas, como a catástrofe no Rio Grande do Sul, atraso na compra de fertilizantes e capacidade estática de armazenamento.
“No âmbito externo, várias oportunidades como desvalorização cambial para exportações, ampliação e abertura de novos mercados competem com flagrantes ameaças oriundas da desaceleração do consumo global e chinês, pressão ambiental dos ativistas e retomada de alta no preço dos fretes marítimos”, analisa Zani.
Desempenho por Segmentos
A demanda de rações para frangos de corte entre janeiro e setembro de 2024 alcançou 27,5 milhões de toneladas, montante considerado estável em relação ao período anterior. A previsão é bater 37,1 milhões de toneladas, demanda 1,8% maior. O consumo de ração das galinhas poedeiras está estimado em 2024 em 7,35 milhões de toneladas, uma alta de 6,5%.
A suinocultura também teve um ano favorável. A produção de ração para esse setor deve fechar 2024 com alta de 1%, para 21 milhões de toneladas.
Em relação aos bovinos de corte, cerca de 5 milhões de toneladas de ração foram produzidas de janeiro a setembro de 2024, um crescimento de 6,8% no 3º trimestre deste ano.
Neste segmento, a previsão é alcançar 7 milhões de toneladas até o final do ano, com evolução anual de 7%. Para bovinos de leite, o crescimento deve ser de 1,5%, registrando 6,8 milhões de toneladas de ração.
Para o setor de aquacultura, foram produzidas pouco mais de 1,2 milhão de toneladas de ração, mas a expectativa é bater 1,76 milhão de toneladas e crescimento de 9% no ano.
O custo da alimentação para frangos de corte recuou 7,9% no período analisado por conta dos preços do milho e da soja que recuaram, desde janeiro até setembro, mais de 7% e 4% respectivamente, apesar da valorização de 10% do dólar americano.
Isso influencia as transações domésticas e favorece a exportação dos grãos. O custo do farelo de soja continuou recuando até novembro, ao contrário do milho (17% mais caro que aquele praticado em setembro) e do dólar, cuja cotação superou a marca dos R$ 6.