A cidade de São Paulo tem cerca de 30 mil edifícios acima de 20 metros, o que significa construções de no mínimo de 6 ou 7 andares. Arranha-céus, os prédios acima de 100 metros são cerca de 150, sendo o Platina 220, com 171,7 metros, localizado no bairro do Tatuapé, o mais alto deles. Mas a cidade, frequentemente chamada de “selva de pedra” por causa de seu cenário urbano, também tem um outro lado.
São Paulo ocupa uma área territorial de 1.521,11 km², ou cerca de 213 mil campos oficiais de futebol. Mas, se fosse uma fazenda, a Fazenda São Paulo teria 152.111 hectares. Fato é que da área total da cidade, 30% dela é de exploração rural. O programa Sampa+Rural, destinado a impulsionar uma agricultura sustentável na cidade, tem mapeados 50.760 hectares com 1.100 pontos de agricultura, as chamadas Unidades de Produção Agropecuária (UPAs).
Leia também
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), os alimentos mais produzidos na capital são tomate (1.118 toneladas), banana (630 toneladas) e cana-de-açúcar (220 toneladas). Mas também frutas da Mata Atlântica, como o cambuci, produção de mel e pequenos rebanhos de suínos e até gado bovino. A estimativa é de 2 mil toneladas de alimentos mensais, em agricultura de base familiar e orgânica.
São as Casas de Agricultura Ecológica (CAEs), criada em 2018, que acompanham essa produção e prestam extensão rural, com capacitação e inclusão econômica dessas famílias. Confira o que são elas:
CAE da Zona Sul: Ela está situada em Parelheiros e atende a maior zona rural da cidade. São cerca de 650 UPAs. A região sul da cidade é voltada ao cultivo de hortaliças e plantas ornamentais Também é reconhecida por projetos de agricultura orgânica e agroecológica.
Como a Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa da Região Sul de São Paulo (Cooperapas), fundada em 2011 e que hoje passa por reestruturação. A Cooperapas reúne cerca de 20 produtores que já cultivaram muita abóbora, pepino, folhosos, morango silvestre, berinjela, flores comestíveis e até exóticas, como o peixinho, a taioba e o espinafre africano.
Na CAE de Parelheiros também há espaço para uma unidade demonstrativa de bioinsumos, estufa para cultivo protegido, viveiro de mudas e câmara fria para armazenamento de alimentos.
CAE da Zona Leste: Criada em 2010, ela tem mapeados 180 locais de agricultura. São projetos com foco na produção de hortaliças de ciclo curto. muitos em terrenos sob linhas de transmissão e adutoras. De acordo com a unidade, ela atua para diminuir os chamados desertos alimentares e a incentivar a transição agroecológica.
CAE da Zona Norte e Centro-Oeste: A unidade foi criada em 2022 e conta com cerca de 250 locais de agricultura. Parte deles estão na divisa com o Parque Estadual da Serra da Cantareira e outras áreas de preservação, onde estão agricultores comerciais e iniciativas comunitárias e educacionais.