O Brasil deverá produzir 167,94 milhões de toneladas de soja na temporada 2024/25, queda de cerca de 2,5 milhões de toneladas na comparação com a previsão anterior, com o tempo adverso afetando as lavouras em alguns Estados, segundo levantamento divulgado pela consultoria Pátria AgroNegócios nesta sexta-feira (10).
“Houve redução da qualidade vegetal em Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo, noroeste do Paraná e centro-leste do Rio Grande do Sul”, afirmou o diretor da consultoria, Matheus Pereira.
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Apesar da diminuição da expectativa, a safra ainda seria recorde, superando de longe a projeção da temporada anterior, de 147,74 milhões de toneladas, quando problemas climáticos interferiram nos resultados, segundo dados da consultoria.
Entretanto, o potencial produtivo da safra atual do Brasil – maior produtor e exportador de soja – era para 175,5 milhões de toneladas, de acordo com avaliação de novembro da consultoria.
Na quinta-feira (9), a Emater, órgão de assistência técnica do Rio Grande do Sul, afirmou que a diminuição da umidade já causa estresse hídrico em parte significativa das áreas no Estado, “reduzindo o potencial produtivo da cultura”, conforme antecipado pela Reuters com base em avaliações de agrometerorologistas nesta semana.
Pereira, da Pátria AgroNegócios, afirmou que o calor em Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo também “tem sido problemático”.
O especialista também citou chuvas excessivas em algumas áreas da região central do Brasil, o que pode atrapalhar os trabalhos de colheita, que já começou em Mato Grosso.
“Nada que cause quebras produtivas, porém o excesso de chuvas e baixa luminosidade reduz a capacidade fotossintética das culturas em campo e limita o avanço das produtividades”, disse ele. “Em resumo, não causa quebras, porém limita o teto de rendimento.”
Ajuste no Milho
Para o milho, a Pátria AgroNegócios apontou um pequeno aumento na estimativa de safra total, para 129,83 milhões de toneladas.
Mas esse volume depende da segunda safra, que responde pela maior parte do cereal produzido no Brasil e será plantada após a colheita da soja na principais regiões produtoras.
Segundo a consultoria, a alta na previsão é decorrente do incremento de área estimada na segunda safra, “porém a expansão da seca no Rio Grande do Sul (segundo maior produtor de milho no verão) poderá trazer cortes na próxima atualização”.
Na comparação anual, a produção total de milho do Brasil cresceria 12%, indicou a Pátria AgroNegócios.