
Em um mundo de mudanças estruturais de alta complexidade, onde uma nova ordem das relações internacionais se estabelece, são nas instancias multilaterais onde se debatem e se estabelecem as novas regras. Instâncias como COP, BRICs, OMC, G20, ONU entre outras são palco destas mudanças.
O BRICs+ foi criado para promover o crescimento sustentável, reduzir desigualdades e ampliar o poder de economias emergentes no cenário internacional.
O Brasil será anfitrião em julho de 2025 dos BRICs+, com a prerrogativa de estabelecer pautas, temáticas segundo os seus interesses.
O BRICs+ composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, com adesão novos países do Sul Global, representam hoje mais de 40% da população mundial, 30% território mundial, 24% PIB Global e 20% do comercio internacional, nos próximos 20 os países do BRICs+ alcançarão mais de 50% da população mundial.
Com maior demanda por alimentos, produtos agrícolas não alimentares, bem como a soluções de energia sustentáveis, os países que são grandes produtores Brasil, Rússia, Índia, China, África Sul, podem aumentar as relações comerciais com o bloco.
Com o foco em reforma da governança e cooperação entre países, o trabalho ao longo do ano será guiado pelo lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, e se concentra em duas prioridades: cooperação do Sul Global e reforma da governança global, com 5 prioridades:
1) facilitação do comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento
2) promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento
3) aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2025)
4) estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública
5) fortalecimento institucional do BRICS.
A experiencia muito bem-sucedida no B20, deu ao Brasil a condição de exercer a mesma metodologia e gestão agora no Conselho Empresarial do BRICS+ o CEBRICS.
Similar ao que ocorreu no G20, as pautas são voltadas prioritariamente aos vetores da iniciativa privada, que não necessariamente coincidem com as 5 prioridades políticas acima mencionado. Assim por exemplo o CEBRICS reúne grupos sobre a Inteligência Artificial, o Agronegócio, a Industria, Serviços, Inovação e Inclusão.
A CNI exerce a liderança do CEBRICS+, em conjunto com a WBA a Aliança Empresarial de Mulheres (WBA Woman Business Alliance) com uma agenda para promover a participação econômica feminina e fomentar a cooperação entre negócios liderados por mulheres.
O BRICS é o equilíbrio que o mundo precisa hoje. As mulheres representam conciliação e unidade em tempos de extremismo. Somos a oportunidade de mudar o mundo e fazer a diferença, e entraremos no coração das pessoas por meio dos negócios, diz a presidente da WBA Brasil.
O tema estabelecido pela liderança brasileira é Construindo Pontes Globais, Mulheres Fortalecendo a Integração Econômica do BRICS, e o trabalho será realizado em quatro frentes: a agenda Promoção de negócios, encontros para promover negócios entre empresas lideradas por mulheres, Nova edição do concurso de startups femininas do grupo.
As profissionais atuam para propor estratégias, ações e recomendações para acelerar o movimento pela paridade de gênero no país e dentro das indústrias, com a Elaboração de recomendações, Entrega de recomendações de políticas públicas aos chefes de Estado, Projetos de cooperação, Execução de projetos de economia criativa, Encontro e agenda do Fórum Nacional da Mulher Empresária.
Sob a liderança do BRICS, do G20 e da COP30, o Brasil se encontra em uma posição privilegiada para construção de futuras parcerias comerciais, explorar oportunidades nos debates sobre desenvolvimento sustentável, justiça social e reforma da governança global. Através de sua influência nesses importantes fóruns, o país pode não apenas promover seus próprios interesses, mas também os de outras nações em desenvolvimento.
*Nina Plöger é presidente do FMA. Empresária do setor de reflorestamento, cultiva café sustentável. É formada em administração e pós-graduada em economia e em governança e compliance. Integra o Comitê Sustentabilidade da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), é membro do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp; do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL) e do Movimento Empresarial pela Inovação (MEI), da CNI.
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