Refinarias indianas cancelaram pedidos de 100.000 toneladas de óleo de palma bruto (CPO) programadas para entrega entre março e junho devido a um aumento nos preços de referência da Malásia e às margens negativas de refino na Índia, disseram quatro fontes comerciais.
Os refinadores do maior importador mundial de óleo de palma cancelaram esse volume nos últimos quatro dias, incluindo 30.000 toneladas nesta sexta-feira, depois que os futuros do óleo de palma da Malásia subiram mais de 11% em quatro semanas.
Os cancelamentos pela Índia podem limitar a alta dos preços do óleo de palma da Malásia, embora também possam dar suporte aos preços do óleo de soja, já que algumas refinarias estão migrando para o produto concorrente.
As fontes comerciais falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a falar com a imprensa.
Um comprador indiano, que opera uma refinaria na costa leste e cancelou as remessas de óleo de palma para entrega em março, disse que a combinação de margens negativas de refino na Índia e os altos preços no exterior significavam que fazia sentido garantir lucros vendendo o óleo de palma de volta aos fornecedores, em vez de importá-lo.
Tradicionalmente, compradores asiáticos, que são sensíveis a preços, dependem do óleo de palma em função do baixo custo e dos rápidos prazos de entrega. No entanto, a recente alta de preços fez com que o óleo de palma fosse negociado com prêmio em relação ao óleo de soja no mercado global.
Um fluxo de óleo de soja na Índia entre fevereiro e março, com preço ligeiramente inferior ao do óleo de palma, levou algumas refinarias a cancelarem suas compras de óleo de palma para trocar pelo óleo de soja, disse Sandeep Bajoria, executivo-chefe do Sunvin Group, uma corretora de óleos vegetais.
Um negociante de Mumbai de uma trading global disse que compradores e vendedores estavam concordando mutuamente em cancelar contratos, com os compradores aceitando um preço um pouco mais baixo do que a taxa de mercado atual para cancelamentos.
O óleo de palma bruto (CPO) está sendo oferecido a cerca de US$1.210 por tonelada, incluindo custo, seguro e frete (CIF), na Índia para entrega em março, em comparação com cerca de US$1.120 a US$1.130 há um mês.
Em janeiro, as importações de óleo de palma da Índia, provenientes principalmente da Indonésia e da Malásia, caíram 45% em relação ao mês anterior, para 275.241 toneladas, o menor valor em quase 14 anos, já que as refinarias passaram a usar óleo de soja mais barato. O óleo de soja é importado principalmente da Argentina e do Brasil.
A especulação de mercado de que a Índia aumentará a taxa de importação de óleo de palma para apoiar os agricultores locais de sementes oleaginosas também levou algumas refinarias a cancelarem contratos e registrarem lucros, disse um negociante de Nova Délhi de uma trading global.
