
A safra de soja 2024/25 do Brasil foi estimada nesta quinta-feira (27) em recorde de 172,1 milhões de toneladas, crescimento de 800 mil toneladas na comparação com a previsão de fevereiro, de acordo com levantamento da Agroconsult, realizado após a conclusão da expedição técnica Rally da Safra.
A projeção indica que a safra de soja brasileira crescerá 10,7% ante ciclo anterior, ou 16 milhões de toneladas, após grandes produtores como Mato Grosso e Goiás terem sido favorecidos por boas condições climáticas.
Segundo a consultoria, também haverá um aumento de 2,1% na área plantada, ou 1 milhão de hectares, na comparação com a safra anterior. A Agroconsult destacou que, em março, imagens de satélite pelo CropData apontaram ampliação do total semeado em 2024/25 em 315 mil hectares, chegando a um total de 47,8 milhões de hectares.
As melhores produtividades e o crescimento do plantio permitiram que o Brasil, maior produtor e exportador global de soja, superasse o último recorde produtivo, de 2022/23, em 10 milhões de toneladas, destacou a consultoria.
“Desde o início do Rally, nossas projeções indicavam que essa safra tinha tudo para ser recorde e, ao longo desses três meses de trabalho de campo, confirmamos os números”, afirmou André Debastiani, coordenador da expedição, em nota. “Ao analisar a produção nacional, pode parecer que nada mudou, porém, há variações regionais importantes que merecem destaque”, acrescentou.
A Agroconsult apontou, em momento em que a colheita já está sendo finalizada em várias regiões, que seis Estados brasileiros (Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Tocantins e Rondônia) deverão ter produtividades recordes em 2024/25.
O Mato Grosso espera colher uma safra acima de 50 milhões de toneladas. “Os dados de campo do Rally da Safra dos últimos anos têm revelado um incremento contínuo no número de grãos por hectare e peso de grãos no Estado. Essas variáveis são muito influenciadas pelo clima, mas também estão relacionadas ao bom manejo fitossanitário e nutricional das lavouras e aos constantes ganhos genéticos”, explicou Debastiani.
Já a Bahia não alcançará recorde de produtividade em razão do período quente e seco ao longo do mês de março, durante a fase final de enchimento dos grãos, relatou a Agroconsult. Mesmo assim, o Estado registra a maior produtividade média do Brasil pelo terceiro ano consecutivo, com 68 sacas por hectare, dessa vez dividindo a posição com Goiás.
Do lado negativo, Mato Grosso do Sul e o Rio Grande do Sul foram os dois grandes prejudicados pelas condições climáticas adversas a partir de meados de dezembro. A produtividade gaúcha foi revisada para 37,5 sacas por hectare, fazendo a safra cair de 20,2 milhões de toneladas em janeiro para estimadas 15,3 milhões de toneladas. Enquanto o Mato Grosso do Sul também sofreu com o clima adverso, com exceção do norte do Estado, que representa um terço da área plantada e compensará parte das perdas ao sul.
As equipes técnicas avaliaram as condições de mais de 1,6 mil lavouras de soja durante as fases de desenvolvimento e de colheita desde o dia 12 de janeiro.