
A Embrapa inaugurou nesta terça-feira (26) o primeiro Laboratório de Agricultura Digital da Amazônia (LADA), em Boa Vista (RR) um espaço voltado ao desenvolvimento de soluções digitais para a agricultura regional e ao fortalecimento do trabalho em rede.
Instalado na Embrapa Roraima, a unidade é pioneira no contexto regional e da Embrapa na Amazônia. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a instituição e a Foxconn, multinacional taiwanesa especializada na fabricação de produtos eletrônicos, com apoio do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA) e da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
“Com uma estrutura inovadora na região e foco em tecnologia, o LADA representa um avanço estratégico para a pesquisa agropecuária no bioma, unindo ciência e sustentabilidade para o fortalecimento da agricultura”, diz Sílvia Massruhá, presidente da Embrapa.
O LADA conta com uma casa de vegetação automatizada, equipada com sensor hiperespectral que estudará as reações químicas e fisiológicas das plantas diante do ataque de insetos-pragas, doenças e outras anomalias. Drones com sensores multiespectrais, hiper espectrais e LIDAR, sensores de umidade e temperatura do solo, GPS diferencial e câmeras de mão para coleta de dados na lavoura também compõe a estrutura.
Na parte de processamento de dados, o laboratório possui uma sala para integração de equipes multidisciplinares, equipada com computadores de alto desempenho, incluindo um dedicado às análises dos dados e imagens, utilizando inteligência artificial (IA) para o desenvolvimento de soluções digitais para o setor agrícola.
Para Amaury Bendahan, pesquisador da Embrapa, o principal objetivo do laboratório é desenvolver soluções digitais utilizando tecnologias como biga data, Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial.
A rotina no local envolverá a coleta e o processamento de dados, permitindo a criação de ferramentas para otimizar a produtividade no campo, reduzir impactos ambientais e enfrentar os desafios dos eventos climáticos extremos e o manejo sustentável dos recursos naturais.
“As informações serão obtidas no campo, na casa de vegetação e no laboratório pela equipe de especialistas em agronomia. A equipe de tecnologia da informação é responsável pela gestão da plataforma, do banco de dados e da automatização dos processamentos dos dados e das imagens para que cientistas e especialistas nas culturas possam interpretá-los e entregar os resultados”, explica Bendahan.
A expectativa é que os dados coletados auxiliem na identificação precoce de pragas, doenças e outras anomalias de culturas agrícolas, permitindo a adoção de medidas preventivas mais eficazes. A infraestrutura do laboratório também vai possibilitar a inclusão digital de produtores rurais, fornecendo informações em tempo real para aprimorar a gestão agrícola.
“Queremos que o espaço se consolide como um polo de desenvolvimento tecnológico na Amazônia, promovendo o intercâmbio de conhecimento e o fortalecimento da agricultura digital”.