
A China impôs a suspensão temporária das importações de carne bovina de três frigoríficos brasileiros nesta segunda-feira (3), alegando descumprimento de requisitos exigidos para o registro de estabelecimentos estrangeiros. As unidades afetadas são da JBS, em Mozarlândia (GO), da Frisa Frigorífico Rio Doce, em Nanuque (MG), e da Bon-Mart Frigorífico, em Presidente Prudente (SP).
No momento do anúncio pela Administração-Geral de Aduanas da China (GACC), não foram detalhadas as razões específicas da suspensão, mas alegou “não conformidades” em relação aos requisitos chineses. As empresas foram notificadas e passaram a trabalhar para atender às exigências regulatórias. Vale registrar que há cerca de 60 dias, Pequim abriu processo para fins de aplicação de medidas de salvaguarda sobre suas compras da proteína.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, minimizou o impacto da medida, destacando que o Brasil conta com 126 frigoríficos habilitados para exportação ao mercado chinês. Segundo ele, desde o início de sua gestão, 55 novas plantas frigoríficas foram autorizadas para vendas ao país asiático, incluindo reabilitações de unidades anteriormente suspensas.
Além do Brasil, a China também interrompeu as compras de carne bovina de frigoríficos da Argentina, Uruguai e Mongólia, em um movimento que indica um reforço na fiscalização sobre fornecedores internacionais.
As suspensões do comércio com a China nos últimos anos
Nos últimos três anos – 2022, 2023 e 2024–, a China implementou suspensões temporárias das importações de carne bovina do Brasil em diversas ocasiões. Mesmo assim, o país é o maior importador da proteína brasileira, fechando 2024 com 1,3 milhão de toneladas embarcadas, por US$ 5,9 bilhões.
Confira um resumo dessas interrupções:
2022: Em 23 de março, a Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC) suspendeu as importações de carne bovina provenientes da unidade da JBS em Mozarlândia, Goiás. Na ocasião, a planta era uma das maiores processadoras de carne bovina para o mercado chinês.
2023: Entre fevereiro e março, o Brasil interrompeu voluntariamente as exportações de carne bovina para a China após a confirmação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”, em um animal no Pará. Essa suspensão preventiva resultou em uma queda de 8% nas exportações totais de carne bovina do Brasil no primeiro trimestre de 2023.
2024: Em dezembro, a China iniciou uma investigação sobre o aumento das importações de carne bovina, visando possíveis salvaguardas para proteger os produtores locais. Essa ação gerou preocupações sobre possíveis restrições futuras às exportações brasileiras.