Os estoques de óleo de palma da Malásia caíram em fevereiro pelo quinto mês consecutivo, atingindo o nível mais baixo em 22 meses, conforme a queda da produção superou a diminuição das exportações, mostraram dados do órgão regulador do setor nesta segunda-feira (10).
A queda nos estoques do segundo maior produtor mundial de óleo de palma, depois da Indonésia, pode dar suporte aos futuros de referência, disseram traders, mesmo que o prêmio do óleo tropical sobre o óleo de soja reduza a demanda dos países importadores sensíveis a preços.
Os estoques de óleo de palma da Malásia no final de fevereiro caíram 4,31% em relação ao mês anterior, para 1,51 milhão de toneladas, o nível mais baixo desde abril de 2023, de acordo com o Conselho de Óleo de Palma da Malásia (MPOB, na sigla em inglês).
A produção de óleo de palma bruto em fevereiro caiu 4,16%, para 1,19 milhão de toneladas, o nível mais baixo em três anos, depois que enchentes interromperam a produção. As exportações de óleo de palma caíram 16,27%, atingindo o nível mais baixo em quatro anos, de 1 milhão de toneladas, informou.
Uma pesquisa da Reuters havia previsto estoques de 1,48 milhão de toneladas, com produção de 1,16 milhão de toneladas e exportações de 1,05 milhão de toneladas.
Embora os estoques tenham ficado um pouco mais altos do que as expectativas do mercado, é provável que a contínua escassez de oferta causada pela menor produção sustente os preços, disse Anilkumar Bagani, chefe de pesquisa da Sunvin Group, corretora de óleos vegetais com sede em Mumbai.
Em março, a produção da Malásia provavelmente melhorará, mas as exportações não devem crescer significativamente, pois o óleo de palma ainda mantém um prêmio sobre o óleo de soja, disse um operador baseado em Mumbai de uma trading global.
“A demanda indiana será crucial nas próximas semanas para sustentar os preços. As primeiras indicações sugerem que a Índia está comprando mais para repor os estoques“, disse o trader.
A estagnação da produção e o impulso do biodiesel na Indonésia podem impulsionar os preços do óleo de cozinha por anos, fatores que tornam mais caro o óleo de palma, que é tradicionalmente barato, e eliminam uma vantagem que também limitava os preços dos óleos concorrentes.
