
A produção total de café do Brasil em 2025 deverá superar as estimativas iniciais, após um clima favorável em janeiro e parte de fevereiro nas regiões de arábica e chuvas mais recentemente, avaliou nesta terça-feira (15) um analista da consultoria Safras & Mercado.
Gil Barabach afirmou que a produção de café arábica do Brasil, maior produtor e exportador global, deve ficar mais próxima de 40 milhões de sacas de 60 kg em 2025, talvez um pouco acima desse número. Inicialmente, a safra de arábica havia sido estimada em 38,35 milhões de sacas pela consultoria, segundo projeção divulgada em dezembro.
O consultor lembrou que a projeção no final do ano passado foi feita quando havia “um pessimismo muito grande em relação à safra futura”, por conta do longo período de tempo seco, de abril a outubro, que prejudicou o pegamento da florada para 2025.
Com as chuvas de janeiro e fevereiro, o “sentimento” do produtor melhorou, antes de um corte nas chuvas que durou até março, que teve ainda temperaturas elevadas.
“Isso tudo traz estresse pra planta, e começou a colocar em xeque este sentimento. Mais recentemente teve o retorno das chuvas”, confirmando a expectativa de melhora na projeção anterior, disse Barabach.
Dessa forma, para o café arábica, “o sentimento hoje é que ainda vai ter quebra na safra no Brasil (em relação a 2024), mas melhorou o sentimento de produção de arábica. Talvez haja um revisão para cima, mais próximo de 40 milhões, talvez um pouco superior a 40 milhões”, afirmou.
Já produção de cafés canéforas (robusta/conilon) pode avançar para patamar de 25 milhões a 26 milhões de sacas em 2025, segundo o analista.
Em dezembro, em uma projeção preliminar, a Safras havia estimado a produção de canéforas da temporada com colheita agora começando em 24,1 milhões de sacas. Ele relatou que esteve no Espírito Santo, maior produtor de canéforas do Brasil, e as indicações são de uma melhora ante as previsões iniciais.
“A expectativa é de que se produza mais conilon. Existe possibilidade de avanço para 25 a 26 (milhões de sacas no Brasil), o viés também é mais positivo, o que só reforça uma safra maior”, afirmou. Diferentemente do arábica, as perspectivas do mercado são de que a safra brasileira de canéforas de 2025 supere a de 2024.