
Os contratos futuros da soja e do trigo, negociados em Chicago, ampliaram as perdas para mais de 2%, após a China anunciar que irá impor tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA, em retaliação a uma taxa semelhante anunciada pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (2).
As tarifas adicionais seriam aplicadas a partir de 10 de abril, segundo o Ministério das Finanças da China.
O contrato de soja mais ativo recuava mais de 2% a US$ 9,88 (R$56,81) o bushel, por volta das 10h (horário de Brasília). O mercado está caminhando para sua maior queda semanal desde novembro do ano passado. “A soja dos EUA é muito exportada para a China. Não é o caso do trigo, mas ele está acompanhando o movimento de queda dos preços”, disse um trader europeu.
O trigo também perdia cerca de 2%, para US$ 5,26 (R$30,22) o bushel, enquanto o milho tinha perda de 1%, para US$ 4,5275 (R$26,03) o bushel.
Tarifas retaliatórias
Trump anunciou na quarta-feira uma tarifa adicional básica de 10% sobre a maioria das importações para os EUA, sendo as mais altas para dezenas de parceiros comerciais, incluindo a China, de 34%, e a União Europeia, de 20%. Os economistas disseram que as tarifas do presidente dos Estados Unidos poderiam ser relativamente vantajosas para o Brasil, que é o maior exportador de soja do mundo e compete com o país nas vendas de soja para a China.
O plano fez com que as ações e os preços do petróleo americano caíssem, pois os investidores temiam uma recessão global. Enquanto isso, comerciantes de grãos viam espaço para a interrupção das exportações agrícolas dos EUA, especialmente os embarques de soja para a China.
No entanto, alguns traders ficaram aliviados com o fato do México ter sido excluído das novas e abrangentes tarifas de Trump, pois é o maior mercado de exportação de milho dos Estados Unidos. Eles também se sentiram confortados por Trump não ter estabeler um nível tarifário básico mais alto.
Os fundos de commodities foram vendedores líquidos de contratos futuros de soja e óleo de soja da CBOT na quinta-feira (3) e compradores líquidos de futuros de milho, trigo e farelo de soja, disseram os traders.