Instituído em 1993 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Mundial da Água, comemorado hoje (22), serve para nos lembrar da necessidade de preservação, do consumo consciente e de ações que combatam o desperdício e promovam a reutilização deste recurso natural fundamental à sobrevivência.
Felizmente, companhias de diversos setores estão, nos últimos anos, mostrando-se engajadas com o tema. Algumas ações acompanham a ideia da entidade internacional, incentivando o uso eficiente e consciente, promovendo a manutenção e a preservação de mananciais e corpos d’água e adotando uma política permanente de sustentabilidade e responsabilidade com o meio ambiente – iniciativas reconhecidas por órgãos públicos ligados aos recursos hídricos, como a Ana (Agência Nacional de Águas).
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O Programa Mundial de Avaliação da Água da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) estima que, até 2050, o aumento do consumo da água no mundo seja de 20% a 30%. Essa previsão, aliada à possibilidade de escassez do recurso, tem levado as indústrias a considerarem a sustentabilidade em seus planos de negócios de forma cada vez mais frequente. E a sociedade, de modo geral, também tem se mostrado disposta a repensar seus hábitos de consumo. Ainda assim, os cálculos indicam que, até 2030, o planeta terá um déficit de 40% de água.
A organização revela que o aumento da demanda está relacionado, principalmente, aos setores de alimentos, energia e indústria de manufatura. No de alimentos, a demanda de água deve crescer de 50% a 70%, enquanto no energético o aumento deve ser de 60% e na indústria de manufatura de 400% até o ano de 2050.
Para Wagner Carvalho, professor de sustentabilidade e membro do Ivepesp (Instituto para a valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo) e especialista em eficiência hídrica à frente da W-Energy, empresa de economia de água e energia, a população precisa despertar para as questões socioambientais enquanto ainda há tempo e começar a consumir com mais consciência, qualidade e responsabilidade.
“Há grandes chances de a próxima extinção ocorrer pela falta ou contaminação da água. Vivemos no país que tem a maior reserva hídrica do planeta. Cerca de 11% de toda água doce do mundo está no Brasil, e somos o país que mais desperdiça e um dos mais poluentes. Se não pensarmos no que compramos, vestimos e colocamos em nossas mesas, estamos compactuando com um futuro terrível para nossos filhos, netos e para toda a geração futura”, explica Carvalho.
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a cada segundo são retirados dos rios 2,3 milhões de litros para a fabricação de bebidas, alimentos e cosméticos, e esse volume só perde para o da agricultura, que usa, aproximadamente, 70% do montante de toda a água consumida no planeta.
Para melhor ilustrar essa demanda, a organização internacional Water Footprint, Akatu e EBC especificou a quantidade necessária de água para a produção de determinados itens:
Papel: a produção de uma folha A4 consome cerca de 10 litros de água;
Leite: para cada litro são necessários 1.000 litros de água;
Café: uma xícara gasta 130 litros de água em sua produção;
Manteiga: um quilo consome 5.500 litros de água;
Carne bovina: um quilo demanda 15.400 litros de água;
Carne suína: um quilo precisa de 6.000 litros;
Carne de frango: para produzir um quilo, são necessários 4.000 litros de água;
Chocolate: para fabricar uma barra é preciso 1.700 litros de água;
Camisa de algodão: uma unidade consome 2.500 litros;
Calça Jeans: a fabricação de uma peça precisa de 8.000 litros de água;
Smartphone: cada aparelho demanda cerca de 12.760 litros de água para ser produzido;
Computador: a fabricação de uma única máquina consome, aproximadamente, 35 mil litros de água.
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A Forbes conversou com sete empresas com presença no Brasil que implementaram iniciativas para a preservação da água em suas atividades diárias. Veja, a seguir, o que elas estão fazendo para diminuir o consumo e aumentar a conscientização:
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Getty Images Mondelez International
O conglomerado dono de marcas como Oreo, Milka e Lacta conta com duas fábricas no Brasil: em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, e Curitiba, no Paraná, esta última a maior da companhia em todo o mundo para a fabricação de chocolates, gomas e balas, com exportação para 11 países. A área de saúde, segurança e meio-ambiente é responsável por coordenar o esforço da companhia para reduzir os impactos ambientais da operação e, entre suas metas, está a redução do uso e desperdício de água nas plantas.
Na fábrica de Curitiba, somente em 2020 foram economizados 36 milhões e 651 mil litros de água. Para alcançar esses resultados, foram implementados melhorias e correções de processos fabris, troca de peças do maquinário, novos procedimentos de limpeza e incremento e substituição de equipamentos. Para aumentar a conscientização dos colaboradores, a companhia organizou uma campanha de engajamento batizada de Olimpíadas Aquáticas, na qual as equipes precisavam pensar em iniciativas para diminuir o consumo de água. Ao todo, mais de 22 iniciativas foram recebidas e 13 implementadas, resultando numa redução anual de 8 milhões e 600 mil litros de água.
Já na fábrica de Vitória de Santo Antão, que funciona desde 2011, há diversos projetos e processos para melhoria na eficiência ambiental, incluindo o uso da água. Desde o início da operação, a empresa reduziu o consumo em mais de 44% e, até 2025, espera diminuir outros 10%.
Entre as ações estão arejadores nas torneiras das pias de lavagem de mãos para o controle de vazão e sistema de tratamento de efluentes de alta eficiência. Assim, atualmente, 100% da água utilizada nas descargas dos banheiros e na irrigação dos jardins é água de reúso originada do tratamento. A companhia conta também com um comitê de sustentabilidade, formado por uma equipe multidisciplinar, que tem por objetivo fortalecer a conscientização ambiental, identificar oportunidades de redução de consumo e propor melhorias para o sistema de gestão ambiental. O grupo possui, ainda, um sistema de ultrafiltração que garante os níveis de potabilidade requeridos para consumo humano.
Para Jorge Morato, diretor de HSE da Mondelēz International do Brasil, a empresa tem como propósito empoderar as pessoas a consumir o snack certo, no momento certo, feito da maneira certa. “Todos nós precisamos cuidar da sustentabilidade. A água é parte fundamental do ecossistema do planeta e também do nosso processo produtivo. Por isso, incentivamos nosso time a criar iniciativas para reduzir o consumo, evitar o desperdício e fazemos questão de tomar todas as medidas possíveis para reduzir o nosso impacto no meio-ambiente, reforçando o nosso compromisso com a sociedade.”
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Divulgação BRF
Nas operações da BRF, a água é um recurso fundamental, e seu monitoramento faz parte da rotina das operações. Uma das maiores empresas de alimentos do mundo, possui indicadores e índices que fornecem subsídios para uma tomada de decisão ágil, a fim de garantir o uso eficiente e o cumprimento dos requisitos legais em suas atividades.
A companhia assumiu o compromisso de reduzir em 13% seu consumo de água até 2025. Para isso, as iniciativas estão focadas no aprimoramento da gestão por meio de controle e automação, no aumento do índice de reúso de 100% de água em suas fábricas e, também, no estabelecimento de parcerias que buscam a adoção de tecnologias e melhorias de processos para aumentar a eficiência hídrica.
A gestão da empresa também adota, entre outras medidas, uma metodologia de avaliação de risco e vulnerabilidade hídrica, definindo uma pontuação de exposição de cada uma delas e planejando medidas preventivas e corretivas. A ferramenta avalia fatores internos e externos à operação, ligados à disponibilidade e qualidade da água e à dependência da unidade em relação ao recurso.
“A sua aplicação tem o objetivo de construir um mapa da vulnerabilidade hídrica das operações da BRF, entender os impactos específicos da nossa empresa e, consequentemente, reduzir o nosso consumo de água e a exposição aos riscos de falta de abastecimento nas unidades industriais. Por meio dessas ações, a companhia trabalha para se posicionar como uma empresa que utiliza esse recurso tão importante de forma responsável”, afirmou o comunicado da empresa enviado à Forbes.
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Getty Images Unilever
Em uma década, a Unilever reduziu o consumo global de água em 49% por meio da gestão eficiente em suas fábricas. Nos complexos fabris localizados no Brasil, a economia chegou a 54% no mesmo período. Com isso, a empresa antecipou em dois anos a meta estabelecida em 2010 que ambicionava reduzir em 40%, até 2020, a extração de água de sua rede global de fábricas. A meta foi batida em 2018.
Mas o fato de atingir a meta antecipadamente não diminuiu a prioridade que a gestão responsável da água tem para a Unilever. Recentemente, a companhia assumiu compromissos mundiais de enfrentamento à escassez de água e preservação de recursos hídricos.
As metas relativas à água, que tem como data limite o ano de 2030, visam transformar as fórmulas dos produtos para que sejam 100% biodegradáveis e ter 100% das fábricas da companhia com circularidade de água, o que significa reaproveitar a água das estações de tratamento de efluentes e não descartá-la em corpos hídricos. “Reduzir o consumo, reutilizar e preservar a água são prioridades em todas as unidades da Unilever e, por isso, há um trabalho cirúrgico para eliminar perdas ao longo de todo o processo de fabricação. A companhia utiliza medidores inteligentes que possibilitam localizar, de maneira rápida e digital, oportunidades de melhoria e eventuais vazamentos”, disse a empresa em nota. Assim, a gestão do recurso se torna ainda mais assertiva e acontece em tempo real.
Segundo a companhia, desde 2020 vem sendo implantado o projeto Water Squad, no qual líderes de sustentabilidade de todas as fábricas trabalham em conjunto para estudar a matriz hídrica dos complexos fabris e propor ajustes e aprimoramentos. De acordo com Marina Yoko, a Unilever fechou um ciclo em 2020, quando o plano de sustentabilidade completou uma década, com resultados muito positivos e aprendizados. Mas, para ela, a jornada para fazer do propósito de uma vida sustentável parte do dia a dia das pessoas segue forte.
“Temos consciência de que nossos funcionários, consumidores, clientes, fornecedores e parceiros esperam cada vez mais de nós e que podemos liderar um movimento verdadeiramente transformador, que impacte positivamente a sociedade e o planeta. Por isso buscamos, diariamente, ser melhores, mais ousados e mais rápidos”, afirma.
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Getty Images Coca-Cola
Para a produtora de bebidas, em 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19, o acesso à água se tornou ainda mais urgente e necessário para hábitos tão simples como lavar as mãos. Com o agravamento da crise sanitária e do cenário econômico, a empresa, responsável por investimentos constantes em projetos de água, reforçou seu compromisso de apoio às populações mais vulneráveis: em 2021, comprometeu-se com investimentos de R$ 2,7 milhões em iniciativas que melhorem o acesso em comunidades e na conservação do meio ambiente, distribuídos em 10 estados.
Desse total, R$ 1,9 milhão será investido em programas que levam água tratada a comunidades e escolas, e R$ 800 mil em iniciativas de conservação e recuperação de rios e áreas verdes. Desde 2017, a Coca-Cola e o Instituto Coca-Cola Brasil contribuem com a ampliação do tratamento de água em áreas remotas do país através do Água+Acesso. Resultado de uma aliança formada por empresas, institutos e organizações da sociedade civil, o programa tem como finalidade contribuir com infraestrutura para acesso à água e ao seu tratamento.
Entre 2017 e 2020, as ações chegaram a oito estados – concentrando-se nas regiões Norte e Nordeste -, 89 municípios e 377 comunidades, beneficiando mais de 135 mil pessoas. Nesse período, 2,5 bilhões de litros de água tratada foram consumidos pelas comunidades atendidas pelo programa. Só em 2020, o Água+Acesso possibilitou o consumo de 1,6 bilhão de litros de água tratada, volume suficiente para abastecer durante um ano uma cidade com 44 mil habitantes. Segundo a empresa, a estimativa para este ano é ampliar o Água+Acesso para 10 estados e 390 comunidades em 104 municípios, com impacto na vida de mais de 155 mil pessoas.
“Com o Água+Acesso, e em parceria com uma série de organizações sociais, estamos ampliando o acesso à água segura e de forma sustentável para comunidades que, até então, não tinham o recurso. É um programa que nos traz muitos aprendizados e satisfação, pois estamos contribuindo para viabilizar o tratamento de água nos lugares onde ela é mais necessária. É uma importante conexão para o nosso negócio”, diz Rodrigo Brito, gerente de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil & Cone Sul.
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Divulgação PepsiCo
A PepsiCo possui um programa de conservação de recursos, o ReCon (Resource Conservation), que tem como objetivo reduzir os resíduos gerados nos processos fabris e economizar recursos como água e energia.
No Brasil, em relação à água, a companhia informou que economizou mais de 580 milhões de litros entre 2015 e 2020. Só na produção de Doritos, cerca de 50 milhões de litros de água são economizados todos os anos devido aos sistemas de reúso instalados nas fábricas. Já na fabricação das batatas Ruffles, Sensações, Batata Palha Elma Chip e Lay’s, cerca de 138 milhões de litros a menos por ano são contabilizados. Uma das melhorias foi replicada globalmente nas linhas de batata, com redução estimada de 1 bilhão de litros no mundo por ano.
A companhia também conta com o Splash Cone, projeto implementado nas fábricas de Itu (SP), Curitiba (PR) e Sete Lagoas (MG), que consiste na mudança do cone usado atualmente por um splash cone, inovação capaz de reduzir o consumo de água na linha de produção de 8 litros para 4 litros por minuto. Além disso, a iniciativa de telemetria nas plantas de Itu, Curitiba, Sete Lagoas, Sorocaba (SP) e Goiânia (Go) também reduz o uso de água ao acompanhar, em tempo real, as linhas de produção e os pontos de consumo de água e de energia.
Já o reúso da água da chuva é feito por meio da instalação de cisternas de captação. O recurso coletado é usado em atividades que não exigem alta qualidade, como limpeza de pátio (externo) e irrigação. A companhia também conta com mictórios ecológicos para diminuir o consumo nas fábricas de Itu, Sorocaba, Goiânia e Guarulhos (SP).
Na fábrica da PepsiCo em Itu existe, ainda, um complexo para reaproveitamento de água, por meio do qual já foram repotabilizados 162 milhões de metros cúbicos até 2020, o equivalente a quatro piscinas olímpicas por mês. Por meio de uma tecnologia pioneira no Brasil, a empresa economiza 9 milhões de litros mensais, o que corresponde a 60% do consumo total da fábrica.
O uso inteligente de água também está presente no dia a dia do time de agro da companhia e é parâmetro de análise e acompanhamento entre os produtores parceiros, para que os insumos que vêm do campo sejam produzidos da forma mais sustentável possível, seguindo os parâmetros do SFP (Sustainable Farming Program), programa da companhia que implementa melhores práticas agrícolas entre todos os elos dessa cadeia.
Na fazenda da PepsiCo em Petrolina (PE), por exemplo, onde é cultivada uma parte dos cocos verdes usados na produção de Kero Coco, existe uma estação meteorológica que monitora o clima e o sistema de irrigação, oferecendo apenas o que as plantas realmente necessitam de água e, assim, evitando desperdícios. Já na fábrica, há sistemas de recuperação de água e caixa d’água, o que gera uma economia de 428 mil metros cúbicos por mês.
Segundo Alexandre Carreteiro, presidente da PepsiCo Brasil Alimentos, o cuidado e a preservação da água é uma responsabilidade de todos, mas principalmente das grandes empresas que têm o recurso como ativo fundamental.
“A água é essencial para o nosso negócio. Faz parte do nosso compromisso usar esse recurso de forma responsável, colaborando para proteger o planeta e encontrando maneiras sustentáveis de atuar no mercado. Além do que fazemos dentro de casa, é essencial entendermos o cenário hídrico do mundo e do país onde vivemos.”
A PepsiCo Brasil anunciou na última sexta-feira (19) o projeto idealizado em parceria com a Water.org e o Aquafund do (BID) Banco Interamericano de Desenvolvimento, além de parceria local com o Banco do Nordeste, para fornecimento de água potável para 52 mil pessoas no Nordeste do país – incluindo Petrolina, em Pernambuco, onde a empresa possui uma fazenda própria para cultivo de coco verde e também a fábrica de Kero Coco.
O investimento será feito com aporte de US$ 600 mil durante os próximos três anos, que deverão ser alocados em iniciativas como apoio às concessionárias de água para ampliação e melhoria de seus serviços, e viabilização de linhas de crédito para projetos que busquem encontrar soluções para os problemas de abastecimento e saneamento básico nacional. -
Getty Images L’Oreal
Ao pensar em seu desenvolvimento sustentável, a L’Oréal criou o programa L’Oréal Para o Futuro, com metas ambiciosas para serem atingidas até 2030. Nele, a conservação da água é uma prioridade.
Entre 2006 e 2020, a empresa reduziu em 26% o consumo de água, e ainda mantém uma iniciativa na fábrica de São Paulo que pretende reduzir o desperdício em 30%. Isso significa que toda a água consumida pela fábrica será proveniente de reúso, menos a contida nos produtos e a usada para consumo humano.
Segundo Maya Colombani, diretora de sustentabilidade da L’Oréal Brasil, para tornar essa transformação sustentável e inclusiva, é preciso engajamento de todos. “A gestão e conservação da água está integrada à rotina dos nossos colaboradores, desde a infraestrutura até uma transformação cultural. Temos um sistema de 100% de reúso de águas cinzas nos vasos sanitários e o reúso de efluentes após tratamento com jardins filtrantes, no Centro de Pesquisa & Inovação. Além de equipamentos e dispositivos de consumo eficiente nos banheiros de nossas unidades.”
A empresa dedicou, este ano, R$ 50 milhões para a regeneração dos ecossistemas, em nível global. “Queremos empoderar os nossos ecossistemas, influenciando os nossos fornecedores a terem um uso responsável da água, mas também educando os nossos consumidores a utilizarem o recurso de forma mais consciente durante o uso de nossos produtos.” -
Reprodução Softys
Em 2020, a Softys, empresa de higiene e limpeza mais conhecida pelos lenços de papel, lançou sua estratégia de sustentabilidade, na qual considera metas e objetivos específicos a serem alcançados nos próximos anos. O plano reflete o propósito do cuidado, que é o cerne das ações da empresa, considerando quatro importantes pilares: facilitar uma vida melhor para todos, potencializar o desenvolvimento das comunidades locais, proteger o nosso lugar comum e construir um entorno econômico sustentável.
Com essa estratégia, a companhia estabeleceu metas de sustentabilidade com o objetivo de garantir à empresa o status de referência mundial no consumo de água, um dos principais insumos na produção de celulose e papel. O cuidado com o consumo do recurso já é um tema de relevância para a Softys há algum tempo.
Em 2018, o consumo de água nas fábricas locais foi reduzido em 20%, alinhando a operação às demais unidades da Softys. “Assumimos o compromisso de reduzir em 40% o consumo de água no processo industrial até 2025. Definimos, por meio de estratégias de trabalho claras, iniciativas e metas concretas e possíveis para ter um consumo menor do que o da indústria na Europa e nos Estados Unidos. Buscamos ser referência mundial no consumo de água e saneamento básico”, afirma Quezia Matos, líder de ESG da Softys Brasil.
Mondelez International
O conglomerado dono de marcas como Oreo, Milka e Lacta conta com duas fábricas no Brasil: em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, e Curitiba, no Paraná, esta última a maior da companhia em todo o mundo para a fabricação de chocolates, gomas e balas, com exportação para 11 países. A área de saúde, segurança e meio-ambiente é responsável por coordenar o esforço da companhia para reduzir os impactos ambientais da operação e, entre suas metas, está a redução do uso e desperdício de água nas plantas.
Na fábrica de Curitiba, somente em 2020 foram economizados 36 milhões e 651 mil litros de água. Para alcançar esses resultados, foram implementados melhorias e correções de processos fabris, troca de peças do maquinário, novos procedimentos de limpeza e incremento e substituição de equipamentos. Para aumentar a conscientização dos colaboradores, a companhia organizou uma campanha de engajamento batizada de Olimpíadas Aquáticas, na qual as equipes precisavam pensar em iniciativas para diminuir o consumo de água. Ao todo, mais de 22 iniciativas foram recebidas e 13 implementadas, resultando numa redução anual de 8 milhões e 600 mil litros de água.
Já na fábrica de Vitória de Santo Antão, que funciona desde 2011, há diversos projetos e processos para melhoria na eficiência ambiental, incluindo o uso da água. Desde o início da operação, a empresa reduziu o consumo em mais de 44% e, até 2025, espera diminuir outros 10%.
Entre as ações estão arejadores nas torneiras das pias de lavagem de mãos para o controle de vazão e sistema de tratamento de efluentes de alta eficiência. Assim, atualmente, 100% da água utilizada nas descargas dos banheiros e na irrigação dos jardins é água de reúso originada do tratamento. A companhia conta também com um comitê de sustentabilidade, formado por uma equipe multidisciplinar, que tem por objetivo fortalecer a conscientização ambiental, identificar oportunidades de redução de consumo e propor melhorias para o sistema de gestão ambiental. O grupo possui, ainda, um sistema de ultrafiltração que garante os níveis de potabilidade requeridos para consumo humano.
Para Jorge Morato, diretor de HSE da Mondelēz International do Brasil, a empresa tem como propósito empoderar as pessoas a consumir o snack certo, no momento certo, feito da maneira certa. “Todos nós precisamos cuidar da sustentabilidade. A água é parte fundamental do ecossistema do planeta e também do nosso processo produtivo. Por isso, incentivamos nosso time a criar iniciativas para reduzir o consumo, evitar o desperdício e fazemos questão de tomar todas as medidas possíveis para reduzir o nosso impacto no meio-ambiente, reforçando o nosso compromisso com a sociedade.”
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