Reconhecido pelo sabor e características energizantes, o café é uma das bebidas mais apreciadas no país. Em 2020, a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) estima um consumo interno da ordem de 21,2 milhões de sacas de 60 quilos. Justamente por essa alta demanda e ligação histórica do país com o grão, o Brasil comemora hoje (24) o Dia Nacional do Café. A Nestlé, uma das principais multinacionais que atuam no setor, também pega carona nessa data para iniciar, oficialmente, a colheita nas principais regiões que produzem cafés especiais para a sua mais famosa marca, a Nespresso. O início ocorre com um grupo de cerca de 100 propriedades que cultivam plantas de maturação mais precoce do grão.
No total, a Nespresso monitora cerca de 1.200 fazendas com uma equipe de 15 agrônomos. Entre elas está a Reserva Heitor, de 141 hectares localizados em Patos de Minas (MG), na região do Cerrado Mineiro e onde há produção de alta qualidade e que na colheita de 2020 rendeu 7,3 milhões de sacas de 60 quilos, equivalente a 34,4% do consumo de café no Brasil.
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“No ano passado, tivemos três floradas e, por causa disso, a maturação do café não ficou regular. Teremos que aguardar um pouco mais para saber como será a safra deste ano, pois os produtores acabaram de começar a colher”, explica Mariana Heitor, responsável pela fazenda. “Acho que a qualidade do café pode ser afetada por conta da maturação diferente e da falta de chuva.”
Um dos desafios para o setor cafeicultor neste ano é a qualidade e o tamanho da safra, que pode ser afetada pela bienalidade do café. Segundo Mariana, “a colheita deve ser de 20% a 30% menor que a do ano passado”. Na região do Cerrado Mineiro, a produção deve ficar em torno de 5 a 5,5 milhões de sacas.
A Nespresso, no entanto, vê o cenário de 2021 com positividade. “Nessa região temos uma oferta de cafés muito grande. Então, mesmo com a questão da bienalidade, não temos nenhuma questão de estrangulamento”, explica Guilherme Amado, Líder em Qualidade Sustentável da Nespresso Brasil.
Tal conforto só ocorre graças a uma decisão tomada pela empresa após a crise hídrica em 2014 e 2015, quando a produção do cerrado não foi totalmente capaz de atender a demanda. “No passado, a nossa especificação para o café era ainda mais alta. Nós só comprávamos a semente do café de peneiras 17 acima. Após a crise hídrica, decidimos incluir as peneiras 16 também, o que deixou o nosso volume mais confortável para atender a demanda.” Nas peneiras que classificam o café por dimensão e forma, 16 significa grãos chatos e médios, ainda para cafés especiais. “Crescemos durante a pandemia, então nossa visão é bastante otimista. O consumo de cafés dentro de casa aumentou exponencialmente, potencializando principalmente cafés de boa qualidade como o da Nespresso”, diz Amado.
CUIDADO NA FAZENDA
Outra ação da Nestlè, além do início da colheita, foi o reforço dos cuidados sanitários para evitar que a Covid-19 entrem nas fazendas. No ano passado, a empresa lançou uma cartilha de boas práticas e recomendações, que agora foi reforçada e remodelada, visando a segurança do trabalho no campo. Amado afirma que a empresa analisou “todos os passos, desde o transporte do trabalhador até cuidados em alojamentos, nas áreas de vivência e na colheita”.
As fazendas que produzem café para a Nespresso vem adotando medidas de distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel com resultados positivos. Amado afirma que das 16 mil pessoas — trabalhadores diretos e contratados — envolvidas em todas as etapas da colheita do café, apenas 25 foram infectadas pela Covid-19 em 2020.
“Os trabalhadores estavam muito preocupados e ficou até um pouco difícil conseguir mão de obra. Foi um ano bem complicado e não sabíamos muito bem o que fazer, mas a cartilha da Nespresso nos auxiliou muito”, conta Mariana, da Reserva Heitor. “O problema persiste agora em 2021, porém como não tivemos nenhum caso de infecção desde o ano passado, já sabemos como agir para manter nosso funcionamento neste ano.”
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