A mineradora Vale fechou acordo para que um complexo de geração solar da companhia em Minas Gerais seja equipado com rastreadores que permitirão que seus painéis fotovoltaicos sigam o movimento do sol durante o dia, elevando a produtividade.
O negócio foi selado junto à Nextracker, fornecedora norte-americana, que deverá produzir de 50% a 60% dos componentes dos produtos no Brasil e importar o restante, disse à Reuters um representante da fabricante.
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A aposta da Vale no projeto solar “Sol do Cerrado” foi divulgada no início de dezembro passado, quando a companhia estimou investimentos de cerca de US$ 500 milhões para implementação do empreendimento, com operação prevista para o último trimestre de 2022.
O acordo com a Nextracker envolve o fornecimento de rastreadores, também conhecidos como “trackers”, suficientes para atender os 766 megawatts de capacidade das usinas, que ficarão na região mineira de Jaíba.
“Para esse projeto, devemos começar o fornecimento agora depois da metade do ano, entre agosto, setembro, e terminar em 2022, aproximadamente no final do primeiro trimestre”, disse o diretor de vendas da Nextracker para o Brasil, Nelson Falcão.
Com a transação, a empresa passa agora a totalizar cerca de 3 gigawatts em vendas realizadas no Brasil, entre projetos já implementados e em fase de construção.
“Continuamos mantendo uma liderança no mundo, temos cerca de 30% do mercado mundial, e na América Latina como um todo isso vai a 35%”, acrescentou Falcão, ao apontar que o negócio com a Vale e um acordo anterior com a canadense Brookfield colocam a empresa na liderança também no mercado brasileiro neste ano.
Ele destacou que os rastreadores têm sido cada vez mais utilizados, principalmente em projetos de grande porte, como o da Vale, e em usinas construídas para atender contratos de fornecimento de energia fechados diretamente com empresas ou com o governo, por meio de leilões de energia.
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“As grandes empresas, os grandes líderes de vários setores, estão se voltando para a produção com fontes renováveis, principalmente solar. Há uma preocupação muito grande das corporações”, disse Falcão, ao comentar a operação.
Ele disse que os rastreadores solares geralmente resultam em ganhos de desempenho de 20% a 30% ao permitir que os painéis captem melhor a luz do sol para gerar energia, o que passa inclusive pelo uso de inteligência artificial no controle dos “trackers”.
Ao anunciar o projeto solar em Minas, a Vale disse esperar que o complexo reduza em cerca de US$ 70 milhões os custos anuais da empresa com energia elétrica.
A Vale também destacou na ocasião que o investimento é alinhado com sua agenda de ações ligadas a ESG (questões ambientais, sociais e de governança) e faz parte de um total de US$ 2 bilhões que a companhia pretende destinar a medidas para redução de suas emissões de carbono.
Entre as metas da mineradora estão reduzir emissões absolutas de carbono em 33% até 2030 e se transformar em uma empresa com emissão líquida zero nos chamados escopos 1 e 2 até 2050. (Com Reuters)
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