Os ministros do Meio Ambiente e da Energia do Grupo dos 20 países com as maiores economias fizeram pouco progresso hoje (22) sobre como atingir metas climáticas, disseram autoridades, com um grupo de países resistindo a qualquer compromisso firme.
A reunião do G20 em Nápoles discutiu biodiversidade e meio ambiente hoje, enquanto energia e mudanças climáticas estarão na agenda de amanhã (23). Diplomatas têm lutado por dias para encontrar um terreno comum significativo em ambos os tópicos.
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A Itália, que detém a presidência rotativa do G20 neste ano, disse que o comunicado sobre meio ambiente finalmente foi acertado para “grande alegria” de todos os 20 países, após “semanas de negociações e uma sessão ininterrupta de dois dias”.
O documento será publicado mais tarde, antes de uma entrevista coletiva do ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolani.
O comunicado de amanhã, abordando diretamente os compromissos com a mudança climática, provavelmente será mais desafiador.
Em seu discurso ao G20, visto pela Reuters, o ministro do Meio Ambiente da Argentina, Juan Cabandié, pediu uma “troca da dívida” pela qual uma parte da dívida dos países em desenvolvimento seja perdoada para que possam financiar sua transição ecológica.
A reunião do G20 é vista como um estágio-chave intermediário antes das negociações climáticas globais conhecidas como COP 26, a serem realizadas em Glasgow em novembro.
A urgência da ação climática foi evidenciada neste mês por inundações mortais na Europa, incêndios nos Estados Unidos e altas temperaturas na Sibéria, mas os países continuam em desacordo sobre como financiar políticas caras para reduzir o aquecimento global.
Brasil, Arábia Saudita e Indonésia estão entre os países que continuam resistindo às tentativas da presidência italiana de reforçar a retórica nas declarações do G20, disseram autoridades.
“Parece que haverá uma total falta de compromissos sobre dinheiro”, disse Oscar Soria, do grupo ativista online Avaaz, dos Estados Unidos.
“O norte está dizendo ao sul ‘precisamos proteger o meio ambiente’ e o sul está dizendo ‘precisamos de dinheiro para isso’, e a presidência italiana não está se mostrando muito boa em colocar todos na mesma página”, disse ele.
Os países desenvolvidos concordaram nas Nações Unidas em 2009 em juntos contribuir com US$ 100 bilhões a cada ano até 2020 em financiamento climático para os países mais pobres, muitos dos quais estão lutando com a elevação do nível do mar, tempestades e secas agravadas pela mudança climática.
No entanto, essa meta ainda não foi atingida.
“Os compromissos de financiamento assumidos pelos países desenvolvidos não foram honrados, afetando a confiança entre as partes”, disse Cabandié.
Excluindo algum progresso de última hora, parece improvável que a reunião do G20 em Nápoles faça referência aos US$ 100 bilhões ou assuma qualquer outro compromisso financeiro firme. (Com Reuters)
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