Em mais um negócio que mostra o crescimento explosivo de fintechs e investimentos sustentáveis, o banco digital Aspiration Partners, com sede em Los Angeles, fechou um acordo para se tornar a primeira empresa fintech de capital aberto focada principalmente em gastos, poupança e investimentos socialmente responsáveis.
A Aspiration, que se apresenta como uma fintech para ambientalistas, anunciou na manhã da quarta-feira (18) que concordou em se fundir com a Spac (empresa de aquisição de propósito específico, na sigla em inglês) InterPrivate III Financial Partners, em uma transação que avalia a empresa de oito anos em US$ 2,3 bilhões, mais do que o dobro da sua última avaliação de mercado, feita em maio de 2020.
A empresa é uma das poucas fintechs que está abraçando totalmente o movimento em torno dos investimentos ESG. O Bank of America relata que os ativos ESG cresceram para um recorde de US$ 329 bilhões em julho, mais do que dobrando ao longo do último ano. Além de seus produtos bancários, a Aspiration oferece previdências privadas e contas corretoras, cujos investimentos são feitos em empresas 100% livres de combustíveis fósseis.
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“A evolução para a sustentabilidade provavelmente será a maior e mais rápida mudança de comportamento na história da humanidade, e a Aspiration tem um papel central a desempenhar em impulsionar essa transformação para indivíduos e empresas”, disse o cofundador e CEO Andrei Cherny, 46, em um comunicado na quarta-feira.
Advogado e ex-redator de discursos do vice-presidente Al Gore, Cherny cofundou a Aspiration com o empresário Joe Sanberg em 2013, e obteve investimentos de empresas de capital de risco como AGO Partners e Alpha Edison, além das celebridades Robert Downey Jr., Leonardo DiCaprio e Orlando Bloom. Dois anos depois, a dupla lançou uma conta com cartão de débito que garantia que os depósitos dos clientes só seriam investidos em empresas 100% livres de combustíveis fósseis. Desde o início, os clientes podem pagar o que desejam – mesmo que não seja nada – ou optar por um serviço premium de US$ 7,99 por mês que inclui uma conta remunerada.
Embora a Aspiration supostamente tenha enfrentado dificuldades para levantar capital em 2019, a empresa – como muitas outras fintechs – registrou um crescimento substancial durante a pandemia. Seus clientes mais do que dobraram para 5 milhões no ano passado, e a empresa diz que as receitas devem crescer sete vezes em 2021, para mais de US$ 100 milhões. Ela foi incluída na lista Forbes Fintech 50, que reúne os destaques do setor, pela primeira vez este ano.
Como parte do acordo anunciado na quarta-feira, a InterPrivate III e outros investidores darão à Aspiration até US$ 412 milhões em dinheiro – quase o dobro dos US$ 255 milhões levantados anteriormente – para serem usados em iniciativas de expansão. A fintech está planejando lançar um cartão de crédito este ano e se comprometeu a plantar uma árvore para cada transação que os clientes fizerem. Em vez dos tradicionais pontos dos programas de fidelidade, os clientes receberão até 1% de cashback em todas as compras durante os meses em que forem neutros em carbono.
A Aspiration se junta a uma onda crescente de fintechs que estão entrando nos mercados públicos. Nos últimos três meses, a empresa de pagamentos Marqeta, a empresa de finanças pessoais SoFi e a corretora online Robinhood, que arrecadou US$ 2 bilhões no mês passado no segundo maior IPO do ano, abriram seus capitais por meio de negócios Spac ou ofertas públicas tradicionais. De acordo com o PitchBook, um recorde de 66 fintechs já abriram o capital este ano ao redor do mundo, batendo o recorde anterior de 46 estabelecido em 2018 e repetido no ano passado.
As ações da Aspiration devem começar a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York sob o ticker ASP no quarto trimestre, mas o acordo ainda está sujeito à aprovação dos acionistas.
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