A primeira SSR (Classificação de Sustentabilidade Espacial) do mundo foi desenvolvida para reduzir os detritos espaciais e garantir que as missões, que estão em rápido crescimento no mundo todo, sejam gerenciadas de forma segura e sustentável.
A iniciativa, concebida pela primeira vez pelo Conselho do Futuro Global do Fórum Econômico Mundial sobre o Espaço e desenvolvida nos últimos dois anos por parceiros internacionais, acompanhará missões espaciais em sua abordagem de mitigação de detritos, junto a uma série de outros parâmetros.
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O programa reduzirá o risco de colisões e geração de destroços, além de ajudar a garantir que as missões lançadas na órbita da Terra sejam sustentáveis. É um passo importante para garantir que o mundo possa continuar a usar e manter os recursos do espaço para as gerações futuras.
Qual é o desafio?
Com mais satélites sendo lançados a cada ano, o risco de acidentes e o número de destroços só aumenta. Esse cenário criou a necessidade de um sistema global para promover a sustentabilidade de longo prazo do ambiente espacial.
Nos últimos anos, a economia espacial global de US$ 360 bilhões passou por uma transformação. Os custos decrescentes, a evolução do tamanho dos satélites e dos lançadores e a proliferação de tecnologia levaram a um aumento repentino no lançamento de satélites, muitos deles por novas empresas espaciais e nações.
Nos próximos anos, espera-se que milhares deles sejam lançados apenas pelo setor comercial, somando-se aos quase 4.000 satélites ativos já em órbita. A previsão é que essa transformação aumente o papel vital do setor espacial nas telecomunicações, no sensoriamento remoto, na ciência espacial e na segurança nacional, tornando-o um elemento vital da infraestrutura da Quarta Revolução Industrial.
Aumento da dependência espacial
A SSR foi desenvolvida nos últimos dois anos pelo Fórum Econômico Mundial, a Agência Espacial Europeia, o Grupo de Pesquisa Habilitada pelo Espaço do Laboratório de Mídia do MIT, a BryceTech e a Universidade do Texas em Austin. E chega num momento crítico. Embora os satélites venham sendo usados há muito tempo para serviços de navegação, monitoramento do clima e transmissões de televisão, a dependência da humanidade pela infraestrutura espacial deve aumentar drasticamente com o lançamento de grandes constelações de pequenos satélites projetados para aumentar o acesso global à internet.
Ao participar voluntariamente no novo sistema SSR, os operadores de espaçonaves, provedores de serviços de lançamento e fabricantes de satélites serão capazes de garantir um dos quatro níveis de certificação que podem compartilhar externamente para mostrar o nível de sustentabilidade de sua missão. Isso aumentará a transparência e a abordagem para mitigação de detritos, sem divulgar informações confidenciais ou proprietárias.
Após um robusto processo de seleção envolvendo cerca de 20 partes interessadas, o Centro Espacial EPFL (eSpace) do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Lausanne foi selecionado para liderar e operar o SSR. Ele começará a emitir certificações de sustentabilidade para operadores de missão no início de 2022.
Durante o período de desenvolvimento de dois anos da iniciativa, vários operadores da indústria espacial estiveram envolvidos na evolução do sistema de classificação e já existe um interesse generalizado no recurso.
Várias empresas, incluindo Airbus, Astroscale, AXA XL, Elseco, Lockheed Martin, Planet, SpaceX e Voyager Space Holdings, apoiaram ativamente o conceito SSR e expressaram interesse em participar assim que ele fosse lançado publicamente. (com Fórum Econômico Mundial)
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