Abelhas sem ferrão entram na agenda do Paraná e podem ajudar a região metropolitana da capital Curitiba a encontrar uma saída para a escassez hídrica, que não é um problema apenas dessa população, mas da humanidade. A Sanepar (Companhia de Saneamento do estado) e a Embrapa Florestas, unidade do município de Colombo, também no estado, firmaram um convênio para o desenvolvimento de um projeto piloto que vai monitorar as abelhas nativas sem ferrão do entorno da Barragem Piraquara I, onde está o manancial tratado e utilizado como água potável.
O objetivo é analisar a saúde das abelhas como um indicador de qualidade ambiental da APA (Área de Proteção Ambiental (APA) local, além de estimular os produtores rurais a adotarem a meliponicultura como alternativa de renda e atividade ecologicamente adequada em área de proteção.
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A região da Barragem Piraquara é tomada por pequenos produtores rurais que poderão ajudar no levantamento de um inventário das espécies de abelhas presentes na região. O convênio foi assinado em agosto, está começando a sair do papel neste mês de setembro e será desenvolvido até agosto de 2023. Cabe à Sanepar estruturar seu corpo técnico e adequar as dependências do CEAM (Centro de Educação Socioambiental Mananciais da Serra).
A Embrapa Florestas, além do conhecimento técnico, vai coordenar as pesquisas de campo, também dispor sua equipe técnica, laboratórios e coleções de abelhas para as pesquisas. As amostragens serão realizadas periodicamente no entorno da barragem e no CEAM. Além disso, caixas serão instaladas nas propriedades rurais que serão capacitadas para a atividade, levando à formação de novas colônias. A intenção é replicar o uso de abelhas nativas em outros mananciais do estado destinados ao abastecimento de áreas urbanas.
As abelhas e seus produtos são considerados excelentes indicadores biológicos das condições ambientais. Faz parte do projeto análises estatísticas dos materiais produzidos por esses animais, como o pólen e a cera. Também serão analisadas as estruturas das colmeias, formadas por resinas de plantas, árvores e partículas de solo.
Outra vertente da pesquisa é a análise do chamado pasto apícola, área na qual as abelhas buscam o seu alimento. São espécies florestais que dão suporte às colmeias vivas com a oferta de néctar e pólen durante os períodos secos do ano. O objetivo é promover a independência dos enxames que estarão em manejos alimentares artificiais, facilitando a vida do produtor de mel e aumentando as condições de saúde das colônias. O objetivo é reduzir a necessidade de alimentação das abelhas com xaropes e suplementação de pólen por parte dos criadores.
De acordo com a unidade da Embrapa, será possível o desenvolvimento de protocolos de alimentação baseado em espécies florestais.
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