Quando eu tinha 8 anos de idade, todos os dias eu via a dor aguda da desigualdade social batendo à minha porta. A migração rural do sertanejo em busca de água e comida nas cidades. Tudo aquilo valia mais do que a leitura de jornais e da audiência dos telejornais. Naquela época, eu já estava tremendamente informado da minha realidade, mas também silenciosamente deprimido e meu coração em sua dimensão mínima.
Isso foi crucial na minha trajetória, porque desde pequeno as dicotomias me i e povoam a memória afetiva da minha terra natal: um território incrustado no semiárido do nordeste; rico em capital humano, carente na retenção de talentos. Eram questões que não faziam – e ainda não fazem – sentido na minha cabeça.
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Foi uma experiência rica. Nos anos 1970, o Ceará “profundo” já era um balaio de contrastes – um cenário de seca e de povoamentos dispersos e pobres, mas com um povo altamente resiliente. Essa fotografia social marcaria profundamente a minha formação. E eu nem imaginava o quanto.
Hoje, aos 50 e pouco mais anos de idade, vivo praticamente conectado às plataformas de informações que me rodeiam. Todos os dias me levanto com uma energia que me é transformadora, há anos decidi concentrar todo o meu tempo e todo o meu labor em criar e conectar mudanças e não em me preocupar com problemas que não conseguia sozinho resolver. Assim, idealizamos a IN3.
Olhando em retrospectiva, vejo que sempre houve em mim a inquietação por benefícios reais. O denominador comum sempre foi, onde estivesse, achar que as ações deveriam fazer sentido à sociedade.
Os desafios do Nordeste e do Norte do Brasil aumentaram significativamente com a pandemia e nos dão ainda mais múltiplos motivos de preocupação, para cuidar e se conectar, para trabalhar e investirmos juntos.
Falo das regiões com as maiores diversidades naturais e culturais do Brasil, com tremendas possibilidades de transformação e regeneração, com pessoas talentosas e comprometidas com a erradicação da pobreza.
Caso caiba uma versão positiva, a pandemia tem nos ensinado o valor de não estarmos sozinhos. Escancarou que fazendo juntos, aceleramos mudanças.
Mudar o mundo é uma tarefa diária. A investidora IN3 acredita na transformação para o bem comum, aproxima investidores dos aliados que buscam os mesmos objetivos.
Investir no futuro é transformar no presente.
A IN3 acredita que a geração de lucro deve contribuir para a criação de um mundo melhor para todos e todas. Por isso, equilibramos impacto e finanças, propósito e credibilidade, escalando negócios que geram transformação socioambiental positiva e promovem um sistema mais justo.
Queremos ser um dos instrumentos de mudança e inspiração mais relevantes no Nordeste e Norte do Brasil, levando adiante a ideia de que o mundo melhor no futuro vive no agora.
Nosso orgulho é potencializar as pessoas.
Investimentos privados em rede representam esta oportunidade de manifestar impacto positivo na sociedade; juntos, desenvolvemos um ecossistema que, por meio de investimentos, alcança retornos sociais positivos de longo prazo aliados a ganhos econômicos pacientes. Estamos empenhados na criação de um futuro mais equitativo, inclusivo e sustentável para a região.
A IN3 foca em criar oportunidades para pessoas e territórios que há muito tempo a elas são negadas. Infelizmente, a grande maioria dos investimentos hoje em dia continua a aprofundar o abismo social e degradar ainda mais os ecossistemas assimétricos. Contornar isso requer uma nova visão de negócios, onde os investimentos podem trabalhar lado a lado.
Investimentos em rede, além de eficazes, traduzem uma maneira de trazer à mesa escala para enfrentar os desafios atuais e, mais fortemente, os do futuro.
Na IN3, o que se busca é uma estrutura conjunta com uma visão comum, onde além do coinvestimento, o compartilhamento de conhecimentos e a melhoria de práticas e soluções para os desafios de cada território mobilizem a captação do capital. É uma forma de expandir recursos e gerar benefícios capazes de regenerar a sociedade.
Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Ceará.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
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