O governo brasileiro estima que o país pode se beneficiar com US$ 10 bilhões dos US$ 50 bilhões que deve ser levantado no novo mercado global de carbono, e uma reunião internacional sobre o tema deve ser realizada em fevereiro, no Rio de Janeiro, disse o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, hoje (22).
Em entrevista para fazer um balanço da participação brasileira na cúpula do clima COP26, realizada em Glasgow, Leite afirmou Brasil será o maior beneficiário individual do novo mercado de carbono com a exportação para países poluidores.
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Os recursos, explicou, serão destinados a projetos de energia renovável e agricultura sustentável e outras ações voltadas para proteção do clima que, hoje, não são economicamente viáveis e, por isso, têm dificuldades de obter financiamento.
Ao contrário do otimismo com o mercado de carbono, o ministro disse que o resultado das negociações políticas para o financiamento de ações de mitigação para os impactos da mudança climática foi uma grande frustração.
“Houve uma gigantesca frustração global em relação ao financiamento. Os países desenvolvidos não se preparam para essa conferência. Principalmente o G7 (sete países mais ricos) não fizeram sua lição de casa para realmente colocar um volume robusto de financiamento além dos US$ 100 bilhões previsto”, disse Leite.
A expectativa dos países em desenvolvimento era de um aumento considerável no valor previsto para o financiamento de ações de mitigação e ações sustentável, o que não aconteceu. O valor acordado, de US$ 100 bilhões, foi o mesmo de conferências anteriores e é considerado insuficiente por pesquisadores e pelos países para realmente ter um impacto nas ações necessárias. (Com Reuters)