Mais de 100 líderes mundiais prometeram hoje (2) suspender e reverter o desmatamento e a degradação da terra até o final da década, com o apoio de US$ 19 bilhões em verbas públicas e privadas que serão investidas na proteção e restauração das florestas.
O comunicado conjunto das negociações da COP26 em Glasgow foi apoiado por líderes de países incluindo Brasil, Indonésia e a República Democrática do Congo, que representam coletivamente 85% das florestas do planeta.
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A Declaração de Glasgow dos líderes sobre o uso de florestas e terras irá cobrir florestas que totalizam mais de 33 milhões de quilômetros quadrados, de acordo com um comunicado do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em nome dos líderes.
“Teremos a chance de encerrar a longa história da humanidade como conquistadora da natureza, e ao invés disso, nos tornamos seus guardiões”, afirmou Johnson, que classificou o acordo como inédito.
Uma série de iniciativas governamentais e privadas adicionais foram lançadas hoje (2) para ajudar a chegar ao objetivo, incluindo bilhões prometidos para guardiões indígenas da floresta e para iniciativas de agricultura sustentável.
As florestas absorvem cerca de 30% das emissões de dióxido de carbono, de acordo com a organização não governamental WRI (World Resource Institute). As florestas capturam as emissões da atmosfera e previnem que elas causem o aquecimento do clima.
Ainda assim, a proteção natural climática está desaparecendo rapidamente. O planeta perdeu 258 mil quilômetros quadrados de floresta em 2020, de acordo com a iniciativa de acompanhamento do desmatamento do WRI, a Global Forest Watch. A área é maior do que o Reino Unido.
CONSERVAÇÃO FLORESTAL NA RÚSSIA
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que é vital proteger as florestas para conter a mudança climática e que a Rússia utilizará suas próprias vastas áreas florestais para cumprir suas promessas de emissões, falando em um vídeo pré-gravado transmitido na COP26 hoje (2).
Putin, cuja ausência nas negociações da ONU em Glasgow é vista como um revés para as chances de um avanço, disse que Moscou apoiou um projeto de declaração conjunta sobre florestas e uso da terra nas negociações.
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“Estou convencido de que a conservação de florestas e outros ecossistemas naturais é um componente-chave dos esforços internacionais para combater o aquecimento global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, afirmou ele, de acordo com uma transcrição do Kremlin.
A Rússia, quarta maior emissora de gases de efeito estufa do mundo, é uma grande produtora e exportadora de hidrocarbonetos, e a busca por formas mais verdes de energia é considerada um sério desafio para a economia russa.
Putin disse no mês passado que a Rússia buscaria a neutralidade de carbono até 2060, uma década depois do prazo de 2050 que os cientistas do clima dizem ser necessário para evitar os piores impactos do aquecimento global.
Putin declarou que 20% das florestas do mundo estão localizadas na Rússia e que Moscou está investindo para conservar essa área florestal, combatendo a extração ilegal de madeira e os incêndios florestais. (Com Reuters)