O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (20) que pretende aplicar US$ 500 milhões (R$ 2,53 bilhões) no Fundo Amazônia nos próximos cinco anos, durante o Fórum Virtual de Grandes Economias sobre Clima e Energia, do qual o Brasil participa.
Um funcionário de alto escalão do governo norte-americano disse à Reuters que a equipe de Biden teria que trabalhar com o Congresso para garantir esse financiamento pretendido à iniciativa brasileira de proteção ambiental, reativada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano.
“Hoje eu tenho o prazer de anunciar que pedirei os fundos para que possamos contribuir com 500 milhões de dólares para o Fundo Amazônia e atividades relacionadas nos próximos cinco anos para apoiar o Brasil a eliminar o desmatamento até 2030”, discursou o norte-americano.
De acordo com documento divulgado nesta manhã pela Casa Branca, o aporte está sendo feito diante do “renovado compromisso do Brasil de acabar com o desmatamento”.
“O presidente também chamará outros líderes a apoiarem o Fundo Amazônia”, afirma o texto da Casa Branca.
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Em março, durante visita de Lula a Washington, o governo Biden ofereceu uma doação de US$ 50 milhões (R$ 253 milhões) ao fundo. O valor acabou não sendo divulgado por ter sido considerado baixo frente a compromissos assumidos por outros países.
Durante o fórum virtual, do qual Lula participa nesta manhã, o norte-americano também oficializou uma contribuição dos EUA de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) para o Green Climate Fund, que financia projetos de energia limpa e resiliência às mudanças climáticas em países em desenvolvimento, dobrando a contribuição geral dos EUA.
Outro anúncio feito foi o da Corporação Norte-americana de Desenvolvimento Financeiro, uma agência de desenvolvimento do governo dos EUA, em um programa para emprestar 50 milhões de dólares para a estratégia de reflorestamento na América Latina do Timberland Investment Group (TIG), braço norte-americano do BTG Pactual. O recurso, segundo o BTG, vai ajudar na meta de tentar levantar até US$ 1 bilhão no investimento em recuperação de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile.
Biden, que fez do combate às mudanças climáticas uma de suas principais prioridades políticas, estabeleceu uma meta de reduzir as emissões dos EUA entre 50% a 52% até 2030 em comparação com os níveis de 2005 e disse que os países desenvolvidos precisam ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar o problema.
Este mês, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA propôs cortes radicais nas emissões de carros e caminhões novos até 2032, em um esforço para impulsionar os veículos elétricos. Biden também aproveitou o encontro para incentivar os líderes do grupo a se unirem a um esforço coletivo para estimularem veículos de emissão zero, disse a Casa Branca, e reduzir as emissões dos setores de transporte e energia.
Além do Brasil, compõem ainda o Fórum das Grandes Economias sobre Clima e Energia Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Egito, Comissão Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Nigéria, Noruega, Arábia Saudita, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Vietnã.