Os investimentos em energia limpa ampliará sua liderança sobre os desembolsos com combustíveis fósseis em 2023, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (25), com os recursos para projetos solares devendo superar os voltados à produção de petróleo pela primeira vez.
O investimento anual em energia renovável aumentou em quase um quarto desde 2021, em comparação com uma alta de 15% nos combustíveis fósseis, disse o órgão regulador de energia com sede em Paris em seu relatório World Energy Investment.
“A energia limpa está se movendo rapidamente –mais rápido do que muitas pessoas imaginam”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
“Para cada dólar investido em combustíveis fósseis, aproximadamente US$ 1,7 está indo para energia limpa. Cinco anos atrás, essa proporção era de um para um.”
Cerca de US$ 2,8 trilhões devem ser investidos em energia em todo o mundo em 2023, dos quais mais de US$ 1,7 trilhão devem ser destinados a energias renováveis, energia nuclear, veículos elétricos e melhorias de eficiência.
O restante, ou cerca de US$ 1 trilhão, irá para petróleo, gás e carvão, sendo que a demanda pelo último combustível atingirá o nível mais alto de todos os tempos ou seis vezes o nível necessário em 2030 para zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.
Os gastos atuais com combustíveis fósseis são significativamente maiores do que deveriam ser para atingir a meta de “net zero” até meados do século, disse a agência.
Em 2023, os gastos com energia solar devem atingir mais de US$ 1 bilhão por dia ou cerca de US$ 380 bilhões anualmente.
“Isso coroa a energia solar como uma verdadeira superpotência energética. Está emergindo como a maior ferramenta que temos para a rápida descarbonização de toda a economia”, disse Dave Jones, chefe de insights de dados do think tank de energia Ember, em comunicado.
“A ironia é que alguns dos lugares mais ensolarados do mundo têm os níveis mais baixos de investimento solar”.
O investimento em novos suprimentos de combustíveis fósseis aumentará 6% em 2023, para US$ 950 bilhões, acrescentou a IEA.