O Brasil tem cerca de 30 bilhões de dólares em projetos já anunciados para produção futura de hidrogênio de baixo carbono, segundo números apresentados nesta quarta-feira (16) pelo secretário de Planejamento e Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral.
São projetos em avaliação que já contam com memorandos de entendimento (MoUs) ou pré-contratos assinados para implantação de plantas de produção em escala comercial, ou então projetos-piloto desenvolvidos em programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), explicou o secretário.
O levantamento, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que os empreendimentos estão concentrados principalmente em Estados da costa — dada a oportunidade de exportação do hidrogênio para outros mercados –, e nas regioes Sudeste, Sul e Nordeste.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira em evento sobre o Plano Nacional do Hidrogênio, que está sendo elaborado pelo governo para criar as bases para o desenvolvimento local de uma indústria do combustível, que se projeta como essencial para a transição energética.
A expectativa é de que o Brasil venha a ser um dos países mais competitivos do mundo na produção de hidrogênio verde devido à sua matriz elétrica com forte participação das fontes renováveis.
O governo vê possibilidade de explorar a produção do combustível tanto para o mercado interno, visando a descarbonização de processos industriais e atração de novas indústrias para o país, quanto no mercado de exportação, enviando o hidrogênio para mercados como a União Europeia.
A indústria de hidrogênio verde vem atraindo o interesse de grandes empresas, como Petrobras e Eletrobras, além de outras grandes companhias do setor de energia.
Embora o país ainda não tenha um marco regulatório para o mercado de hidrogênio, alguns projetos já estão saindo do papel. O mais avançado é o da química Unigel, que está construindo uma fábrica na Bahia.
Ainda de acordo com o estudo apresentado nesta quarta-feira, o Brasil tem potencial técnico para produzir 1,8 gigatonelada de hidrogênio de baixo carbono por ano, a partir de fontes renováveis, como eólica e solar, e fósseis com captura de carbono.
Esse potencial está concentrado principalmente nas eólicas offshore, segundo o levantamento da EPE, o que vai ao encontro da avaliação do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a fonte deverá se desenvolver principalmente atrelada à produção do combustível verde.
O Brasil pretende aprovar um marco regulatório para energia eólica offshore e hidrogênio verde até o final deste ano, disse anteriormente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.