US$ 2,8 trilhões. Esse é o valor estimado de investimento em energia em 2023, de acordo com o relatório global Atlas Setorial, divulgado pela Allianz Trade (líder global em seguro de crédito comercial) no fim de setembro. Desse montante, mais de US$ 1,7 trilhão é destinado à energia limpa, incluindo energia renovável, nuclear, combustíveis de baixa emissão e energias renováveis de uso final e eletrificação.
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O documento analisou os riscos do não pagamento de empresas em 18 áreas da economia, em 70 países, e mostra que os investimentos em energia limpa foram impulsionados por uma variedade de fatores, incluindo melhores condições econômicas em um momento de preços elevados e voláteis dos combustíveis fósseis. Segundo o texto, os principais pontos de atenção do setor são: aumento das taxas de juros; regulamentação verde (oportunidade para energias renováveis e um risco para petróleo e gás); políticas públicas de infraestrutura e relações geopolíticas (guerra na Ucrânia, concorrência China-EUA, acordos no Oriente Médio etc.).
O estudo aponta ainda que, devido aos preços flutuantes do petróleo, às tensões geopolíticas e à contínua transição energética, a perspectiva para o petróleo e o gás global permanece incerta. “O setor continua sendo lucrativo, com a indústria global de petróleo e gás faturando cerca de US$ 4 trilhões em 2022. Sendo assim, a lucratividade das empresas do setor depende fortemente dos preços do petróleo”, analisa Felipe Tanus, diretor de crédito da Allianz Trade no Brasil.
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Por outro lado, o aumento dos investimentos em energia limpa valoriza regiões como a Amazônia. “Atualmente, a principal pauta do setor de energia disserta sobre a transição energética não renovável para uma geração de energia limpa. Dado esse cenário, a Floresta Amazônica tem um papel fundamental para que essa transição aconteça, por ter grande participação na geração de água, energia, influenciando no abastecimento dos reservatórios e, com isso, gerando energia de forma limpa através das usinas hidrelétricas. Importante sublinhar que os contínuos estudos sobre os novos tipos de geração de energia renovável, como eólica e solar, são chaves para diversificar essas fontes”, segue Felipe.
A relevância da Amazônia e outras características geográficas do Brasil colocam o país em uma posição central no xadrez mundial da economia. “Parte dessa vantagem competitiva que temos frente à produção de energia deriva de nosso clima tropical. É possível produzir energia renovável o ano inteiro, em todas as regiões do país. É uma questão de tempo para que novas tecnologias sejam desenvolvidas, o que permitirá o aumento da produtividade, reduzindo os custos de produção desse tipo de energia, tornando o setor cada vez mais atraente para investimentos”, finaliza o diretor de crédito.
*Reportagem publicada na edição 112 da revista Forbes, em setembro de 2023.