Os Fundos de Investimento Climático multilaterais (CIF, na sigla em inglês) disseram nesta quinta-feira (03) que investirão até US$ 1 bilhão (R$ 5,49 bilhões) para ajudar a acelerar o desenvolvimento de tecnologias. O grupo, que trabalha com o Banco Mundial e outros importantes credores internacionais, é uma peça importante no financiamento do desenvolvimento, pois pode oferecer dinheiro a taxas mais baratas, o que, por sua vez, ajuda outros investidores a participarem.
O aporte tem como propósito reduzir as emissões do setor industrial prejudiciais ao clima nos países em desenvolvimento.
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Antes da 15ª Reunião Ministerial de Energia Limpa (CEM15) no Brasil na quinta-feira, o CIF disse em um comunicado que o dinheiro — financiado pelo Fundo de Tecnologia Limpa de US$ 8,6 bilhões (R$ 47,18 bilhões) do CIF — ajudaria a descarbonizar setores como cimento, aço, ferro e produtos químicos.
Atualmente, esses setores são responsáveis por cerca de um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, e a demanda deverá crescer acentuadamente até meados do século, em parte devido à necessidade de mais de todos esses materiais na mudança para uma economia de baixo carbono.
“O futuro depende da descarbonização dos setores de emissão pesada. Precisamos que as emissões do setor diminuam em 20% até 2030 e 93% até 2050”, disse o presidente-executivo da CIF, Tariye Gbadegesin.
Além disso, o programa de descarbonização da indústria do CIF terá como objetivo financiar formas mais limpas de trabalho e, pela primeira vez, aceitará propostas conjuntas de investimento de organizações públicas e privadas.
Depois de anunciar o lançamento do programa nas negociações globais sobre o clima em 2022, os países agora podem solicitar fundos pela primeira vez, com manifestações de interesse até 17 de janeiro.
O financiamento deve ser o foco central da próxima rodada de negociações globais na cúpula da ONU sobre o clima, a COP29, no Azerbaijão, em novembro, com os países mais ricos sendo pressionados por muitos países mais pobres a concordar com um novo compromisso anual de US$ 1 trilhão (R$ 5,49 trilhões) ou mais.
“Acelerar a descarbonização do aço, do ferro e do cimento nos mercados emergentes em todo o mundo é a forma como reduziremos as emissões globais e aceleraremos a transição para a energia limpa”, disse Kerry McCarthy, ministro britânico do Clima.