Os negociadores da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que acontece em Baku, no Azerbaijão, até 22 de novembro, saudaram nesta quarta-feira (13) a promessa dos principais bancos de desenvolvimento do mundo de elevar o financiamento climático para países pobres e de renda média, destacando a ação como um impulso inicial para a cúpula de duas semanas.
Um grupo de credores, incluindo o Banco Mundial, anunciou na terça-feira uma meta conjunta de aumentar esse financiamento para 120 bilhões de dólares até 2030, um avanço de aproximadamente 60% em relação ao valor de 2023.
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“Acho que é um sinal muito bom”, disse o ministro do Clima irlandês Eamon Ryan, à Reuters hoje. “É muito útil. Mas isso, por si só, não será suficiente”, disse Ryan, acrescentando que os países e as empresas também devem contribuir.
O vice-premiê da China, Ding Xuexiang, disse ontem que Pequim já mobilizou cerca de 24,5 bilhões de dólares (R$ 142,3 bilhões na cotação atual) para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as mudanças climáticas.
O principal objetivo da conferência no Azerbaijão é garantir um amplo acordo internacional de financiamento climático que assegure até trilhões de dólares (R$ 17,4 trilhões) para projetos.
Os países em desenvolvimento esperam grandes compromissos dos países ricos e industrializados, que são os maiores contribuintes históricos do aquecimento global e alguns dos quais também são grandes produtores de combustíveis fósseis.
“Os países desenvolvidos não apenas negligenciaram seu dever histórico de reduzir as emissões, como também estão reforçando o crescimento impulsionado pelos combustíveis fósseis”, disse o ativista climático Harjeet Singh.
Em 2009, os países ricos se comprometeram a contribuir com 100 bilhões de dólares por ano para ajudar os países em desenvolvimento na transição para a energia limpa e na adaptação às condições de um mundo em aquecimento. Mas esse patamar de pagamentos só foi totalmente cumprido em 2022 e o compromisso expira este ano.
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As esperanças de um acordo sólido ainda foram reduzidas pela vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. O presidente eleito prometeu retirar novamente seu país da cooperação climática internacional.
Autoridades que representam o governo do presidente Joe Biden na COP29 têm dito que a China e a União Europeia podem precisar assumir a responsabilidade se Washington ceder a liderança.
“Temos uma escolha clara entre um futuro mais seguro, mais limpo e mais justo e um futuro mais sujo, mais perigoso e mais caro. Nós sabemos o que fazer. Vamos ao trabalho. Vamos fazer isso”, disse o enviado dos EUA para o clima, John Podesta, durante a conferência.
Com 2024 a caminho de ser o ano mais quente já registrado, cientistas afirmam que o aquecimento global e seus impactos estão ocorrendo mais rapidamente do que o esperado.