Povos quilombolas, indígenas, camponeses e ribeirinhos se reuniram com organizações, movimentos sociais e pesquisadores no final de fevereiro para o lançamento do projeto “Povos das Águas: produzindo vida e preservando o mar”. A iniciativa é conduzida pela Associação dos Pequenos Agricultores de Sergipe (Apaese), em parceria com o Programa Socioambiental da Petrobras.
O lançamento ocorreu na Aldeia Indígena Fulkaxó, sob a liderança do pajé Soyre. De acordo com os organizadores, o evento incluiu rituais e atividades voltadas ao fortalecimento das relações entre os participantes e à valorização dos territórios e modos de vida das comunidades.
A Embrapa Alimentos e Territórios participa do projeto com a iniciativa “Povos das Águas e gestão participativa da sociobiodiversidade em comunidades tradicionais pesqueiras no Baixo São Francisco sergipano”. Estiveram presentes os pesquisadores Fernando Curado, Moacir Haverroth e Priscila Zaczuk Bassinello.
Com duração prevista de três anos, o projeto será desenvolvido nos municípios de Brejo Grande e Pacatuba, em Sergipe. Entre as ações estão o reflorestamento de manguezais, implantação de cozinhas comunitárias, atividades de formação e intercâmbio, apoio à comercialização de produtos e redução de resíduos no solo e na água. O objetivo é contribuir com a qualidade de vida nas comunidades tradicionais costeiras.
Durante o evento, foi criado um comitê gestor formado por representantes das 14 comunidades diretamente envolvidas. O comitê será responsável pelo acompanhamento e planejamento das ações. Também foram realizadas apresentações culturais e firmados compromissos com a execução do projeto.
Segundo o pesquisador Fernando Curado, a Embrapa irá atuar em áreas como segurança alimentar, diagnóstico e monitoramento da pesca artesanal, uso de plantas medicinais e manejo de espécies frutíferas, com foco na geração de renda.
Participaram do lançamento representantes da Petrobras, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da Embrapa Alimentos e Territórios, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), da Cáritas Diocesana de Propriá, do Instituto Federal de Sergipe (IFS), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (Idesa Brasil).
As próximas etapas incluem ações de formação em beneficiamento do pescado e marisco, gestão e logística, educação e comunicação popular para jovens, construção de uma cozinha de beneficiamento de ervas e frutas na Aldeia Fulkaxó e entrega de equipamentos para a cozinha de mariscos no Quilombo Brejão dos Negros. Também será realizada cartografia social com levantamento da sociobiodiversidade e das formas de ocupação e uso dos territórios pelas comunidades. (Com Embrapa-Ascom)
