Nascido em Miami Beach e formado em finanças, Oren Alexander é o que se pode chamar de menino prodígio. Hoje com 27 anos, tornou-se um dos maiores vendedores de propriedades de luxo dos Estados Unidos, com transações que somam cerca de US$ 1 bilhão. Esse mergulho em mares dominados por tubarões o colocou na lista 30 under 30 de Forbes, que destaca os empreendedores jovens que estão fazendo sucesso, dinheiro e história na América. “O imóvel mais caro que já vendi foi a mansão 3 Indian Creek [localizada em uma vila exclusiva em Miami-Dade e lar de muitas celebridades e bilionários], por US$ 47 milhões. Mas vou quebrar meu recorde este verão com a venda da penthouse no Faena House, um empreendimento de luxo de frente para o mar em Miami, por US$ 50 milhões”, conta, em entrevista a FORBES Brasil.
Filho do fundador de uma empresa de segurança privada, a Kent Security, que nos últimos 15 anos focou-se no desenvolvimento de imóveis de alto padrão, Alexander conseguiu crescer por mérito próprio. Sua proximidade com o ramo imobiliário ocorreu naturalmente, desde cedo, dada a paixão do jovem por design e arquitetura. “Desde pequeno, eu lia e pesquisava sobre os melhores arquitetos e suas obras. Enquanto meu pai construía casas, eu caía de amores pela ideia de criar algo no papel”, recorda.
Em 2008, após se graduar, Alexander saiu em busca de um emprego. O que ele encontrou, no entanto, foi um mercado imobiliário fragilizado, dada a crise financeira que afetava os Estados Unidos naquele momento. Conseguir um emprego remunerado no setor parecia impossível. A única oportunidade real era tornar-se um agente imobiliário, que vivesse 100% de comissão. Apesar de desafiante, Alexander enxergou a oportunidade como “uma bênção disfarçada”. “Os melhores anos do real estate foram de 2005 a 2007, mas vi que era um bom momento para aprender e me aprimorar para o próximo boom.”
Foi assim que ele conseguiu fazer seu primeiro gol, a partir da venda da penthouse do The Park Imperial, em Midtown (Nova York), por US$ 8,2 milhões, em junho de 2009. “Foi um grande negócio que ocorreu durante a recessão.” Hoje, ele soma 350 imóveis vendidos entre Nova York, The Hamptons, Miami e Aspen, totalizando transações de aproximadamente US$ 1 bilhão.
A revista Wallpaper, não por acaso, é sua publicação predileta. Viagens a trabalho pelo mundo também fazem parte da sua rotina. “Eu tive muito sucesso no meu negócio a partir da construção de boas redes de relacionamento. Viajo para lugares com grande quantidade de indivíduos de alta renda. Semana passada, fui à Bienal de Veneza e participei de vários eventos e jantares de alto padrão para François Pinault [bilionário francês, colecionador de arte e CEO da Kering, controladora de marcas de luxo, esportes e lifestyle] e Larry Gagosian [importante negociador americano de obras de arte]. Também viajo para algumas das principais mostras de arte ao redor do mundo, como Basel, na Suíça, e Art Basel, em Hong Kong. Faço isso como colecionador de arte contemporânea e também por entender que meus clientes se reúnem nesses lugares.”
Sua diferença? “Meus clientes são verdadeiramente amigos. Gostamos de ir aos mesmos restaurantes, comparecer aos mesmos eventos, vestir roupas similares e praticar os mesmos esportes, como snowboard e kitesurfe. Enquanto a maioria dos agentes trabalha das 9 às 17 horas, cinco dias por semana, eu trabalho em esquema 24×7. Por isso, tenho acesso às ofertas antes de qualquer um”, revela.
O jovem prodígio tem no irmão Tal seu braço direito. Ele é cofundador do The Alexander Team, que trabalha hoje com 15 agentes entre Nova York e Miami. “Nossa corretora é a Douglas Elliman, a número um dos Estados Unidos.” Com o fortalecimento do dólar e o aumento do poder de compra dos americanos, o mercado de luxo anda aquecido para Alexander, que também mira clientes internacionais.
Se cruzar com ele, prepare-se. Ele vai te oferecer duas propriedades. A primeira é a 252 Bal Bay Drive, em Bal Harbour, em desenvolvimento por seu pai. Trata-se de uma casa moderna de frente para o mar, com portas de correr em vidro e cobertura com bar e jacuzzi, por US$ 35 milhões. A outra é uma mansão em pedra calcária situada na Fifth Avenue e chamada de 24 East 81st Street, em Nova York. A propriedade em estilo neorrenascentista do Upper East Side, com 24 diferentes alas, dez quartos e 11 lareiras, pode ser usada como residência privada, clube privado, instituição ou para fins comerciais. Preço: US$ 59 milhões.