Cerca de 30.000 refugiados entraram na Croácia desde a última quarta-feira (18). Muitos estão famintos, cansados e necessitados de cuidados médicos. Voluntários estão trabalhando noite e dia para ajudar, mas pessoas que esperam em vários centros de refugiados e estações de trem tentando encontrar um jeito de entrar na Europa Ocidental estão desesperadas por informação.
Eles estão tentando encontrar rotas para chegar à Alemanha e, com as fronteiras para Eslovênia e Hungria fechando e reabrindo em questão de horas, informação é vital. Sem acesso à internet, eles não têm informação alguma.
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Um grupo com base em Osijek, na Croácia, lançou um projeto chamado Otvorena Mreža (“Rede Aberta”), que cria pontos de Wi-Fi. Voluntários carregam os pontos em suas costas (mochilas com dispositivos móveis de WiFi) para onde são mais necessários. Até agora, estiveram nas cidades de Tovarnik e Beli Manastir. Um ponto móvel de WiFi alcança um raio de várias centenas de metros.
Eles dizem que a resposta tem sido extremamente positiva. “Muitos deles não têm tido notícia de suas famílias por dias. Eles não sabem onde estão” diz Valent Turković, fundador do projeto na Croácia, para o site Mashable. “Na maior parte do tempo, tanta gente nos rodeava que nem tivemos tempo de falar com eles”.
Em cidades maiores, como Zagreb, internet 3G está disponível. Mas, em vilas pequenas e em muitos centros de refugiados, o 3G deixa de funcionar quando muitas pessoas tentam conectar. Esse é um dos maiores obstáculos do grupo: a falta de 3G. Turković diz que planeja, no futuro, construir uma rede mais resistente, independente das operadoras móveis locais, que poderia funcionar em tempos de crise como esse.
O projeto conseguiu ajudar pessoas através do Nodewatcher, uma solução rápida para desenvolver pontos de WiFi da Eslovênia. O próximo passo é fornecer instruções sobre qual equipamento usar e como configurá-lo para que todos consigam criar um ponto de WiFi rapidamente.
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Muitos dos migrantes e refugiados estão usando, também, sistemas privados de mensagens, como o WhatsApp. O app é usado para trocar informações vitais sobre passagens de fronteiras e caminhos mais seguros.
Com a crise de migrantes na Europa alcançando níveis não vistos desde a era pós II Guerra Mundial, devido em grande parte aos milhões de sírios deslocados, os refugiados estão, mais do que nunca, tentando encontrar rotas para o norte da Europa. Sírios não estão sozinhos em sua jornada, porém, pois outros migrantes da África e do Oriente Médio estão indo para a Europa em busca de empregos e melhor qualidade de vida.