Durante os meses de abril, os moradores das proximidades das montanhas al-Hajar, Nordeste de Omã, fazem a colheita de rosas plantadas em pequenos pedaços de terra. As flores servem para produzir água de rosas, uma mistura caseira que pode ser utilizada como ingrediente culinário, cosmético ou até mesmo remédio para dores de cabeça.
Os compradores são, na grande maioria, pessoas vindas dos Emirados Árabes Unidos, com o qual a cadeia de montanhas faz fronteira, ou da Arábia Saudita. Os visitantes costumam subir as montanhas no final do verão para escapar do calor dessa parte do Oriente Médio.
As plantações são irrigadas com um sistema com mais de cem anos de idade. Al Riyami, produtor da mistura, diz que a água de rosas não é somente uma fonte de renda para a região, mas também uma maneira de manter as tradições do país. “As pétalas de rosa são separadas de seus caules no salão comum da vila. Todo mundo trabalha junto, conversa, toma café.”
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As vilas produtoras de rosas são um grande contraste com cidades como Dubai, no país vizinho. Em vez de investir em arranha-céus e industrialização, Omã optou pelo turismo como uma das principais fontes de renda para o país. O número de visitantes provenientes da Índia, Europa e outras partes do Oriente Médio cresceu consideravelmente nos últimos anos.
Omã, de 4 milhões de habitantes, é governada por um sultão e é conhecida como a Suíça do Oriente Médio. O turismo conta como 3% do total do PIB, mas a intenção das autoridades é de que esse número chegue a 10% ao ano.
A cadeia de hotéis Alila, de Cingapura, construiu um gigantesco resort a dois mil metros do mar no topo da cadeia de montanhas, com quartos que custam até US$ 400 a diária. Tour de bike, escaladas e visitas aos comércios locais são algumas das atrações oferecidas pelo estabelecimento.
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Omã é uma porta de entrada para o turismo no Oriente Médio, um país pacífico, hospitaleiro e exótico. No alto das montanhas, a atração principal é a natureza, com um clima ameno que permite passeios ao ar livre e visitas às comunidades locais, ainda que algumas tenham sido abandonadas em troca da cidade grande. O principal motivo, segundo Malik AlAmri, guia local, é o acesso à internet, que ainda não chegou nas partes mais rurais do país.
Nas montanhas al-Hajar, chove apenas 10 vezes ao ano, água suficiente para a cultura de rosas, nozes e tâmaras, tudo graças ao antigo sistema de irrigação.
Um colhedor de pétalas de rosas recebe entre US$ 6 mil e US$ 10 mil ao mês, segundo AlAmri. Em Omã, o sistema de saúde e de educação são públicos e os trabalhadores rurais ganham casas de até três quartos construídas pelo governo.
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A destilação da água de rosas leva cerca de dois meses. As pétalas são colocadas em panelas e fervidas. Depois de algumas semanas, a água é filtrada e engarrafada, custando cerca de US$ 20 a cada 750 ml.
Al Riyami, um dos produtores que trabalha nas montanhas, diz que não trocaria a destilaria por nenhuma cidade grande. “Esse lugar pertenceu ao meu avô e agora sou eu o responsável por mantê-lo funcionando”.