Quando Ted Turner era menino em Savannah, na Geórgia (EUA), ele adorava caçar e pescar. Quando foi levado à polícia local por atirar num esquilo com uma espingarda de ar comprimido na propriedade de um vizinho, tendo sido também multado por um juiz, teve uma epifania. “Decidi que ganharia muito dinheiro para poder comprar minha própria terra”, contou o bilionário de 77 anos em sua fazenda Vermejo Park Ranch, no norte do Novo México, uma das 17 que possui hoje. “E assim fiz.”
Atualmente, Turner é dono de aproximadamente 800 mil hectares espalhados pelos Estados Unidos, o que faz dele o segundo maior proprietário particular de terras do país, atrás do bilionário John Malone.
Seu carro-chefe é o Vermejo Park Ranch, comprado em 1996, e que abrange cerca de 237 mil hectares na divisa entre o Novo México e o Colorado. Turner fez um lar no local — a mansão conhecida como Casa Grande, que acaba de passar por uma reforma multimilionária, foi convertida numa pousada de luxo. “Disseram-nos que é a maior área contígua dos Estados Unidos com um único proprietário”, diz ele.
Agora, o bilionário a transformou em uma pousada, veja mais detalhes na galeria de fotos:
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Turner começou a comprar seus terrenos no oeste norte-americano para caçar e pescar, mas sempre viu os bichos como mais do que simples alvos. O Fundo Turner para Espécies Ameaçadas, criado por ele, protege uma variedade de animais, e a Fundação Turner tem como finalidade a prevenção de danos ambientais. Ele pretende colocar grande parte de suas terras em servidão ambiental para protelar o desenvolvimento futuro, e tem uma fascinação particular pelos bisões, que quase foram extintos antes de ele passar a trazê-los de volta. Turner começou seu rebanho por volta de 35 anos atrás, com três bisões, e agora mantém em torno de 52 mil.
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“Cresci na Geórgia, então só fui ver uma montanha já adulto”, diz Turner. Por apreciar a pesca com mosca, ele começou a comprar terrenos distantes em Montana, Estado considerado por muitos um ótimo território para trutas selvagens. Mas logo ele quis expandir. “Gostei tanto da minha experiência em Montana, depois de toda a minha vida no sudeste dos EUA, que pensei: eu tinha visto o Novo México em filmes de faroeste, então por que não ver como é o sudoeste? É totalmente
diferente. E quando cheguei lá, adorei também. Então, cá estou eu com 800 mil hectares do Estado.” Ele acrescenta que suas fazendas têm uma extraordinária diversidade de flora e fauna, e observa que as pessoas das duas costas não vão para lá com frequência.Turner é particularmente orgulhoso e sentimental com relação à Casa Grande. Ela foi construída pelo rico industrial William H. Bartlett na virada do século 20 (o arquiteto foi mentor de Frank Lloyd Wright), e se transformou numa espécie de clube para os astros do cinema mudo. Quando Turner comprou a fazenda, a casa de 2.300 metros quadrados virou o refúgio da família. E, depois que decidiu abri-la para hóspedes pagantes — “tenho propriedades demais para desfrutar eu mesmo de todas elas”, diz ele —, ele se empenhou numa reforma de quatro anos e 4,5 milhões de dólares.
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O resultado é estonteante, com os pisos de mosaico em estilo italiano revelados, um piano Steinway de 1905 restaurado, e oito dormitórios atualizados para os padrões do século 21. (As diárias custam a partir de 850 dólares para quarto duplo, e incluem refeições e atividades não guiadas.) É um exuberante upgrade em relação aos aposentos mais simples da apropriadamente denominada Casa Minor, bem ao lado da acomodação principal, e aos do mais novo e bonito Costilla Lodge, a 40 quilômetros de distância. Indagado se espera que a Casa Grande pague o investimento, Turner diz que já é dono do terreno todo, o qual gera lucros com a caça, a pesca e a carne de bisão, de modo que “qualquer renda que entrar está valendo. Não preciso de muito dinheiro”.
A nova Casa Grande também está em sintonia com o plano de Turner de abrir suas fazendas a uma faixa mais ampla de amantes da natureza — do tipo que busca luxo e nunca ficaria numa hospedagem de caça típica. O objetivo é recriar uma experiência de parque nacional em terras particulares e desabitadas. Diferentemente de, digamos, Yellowstone, no Vermejo você não vai encontrar 30 carros estacionados com 100 pessoas fotografando um bisão, enfatiza ele.
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Você verá apenas um carro ao lado de um rebanho: o seu. No ano passado, ele iniciou as Expedições Ted Turner (TTX) em suas três fazendas no Novo México, com a missão de provar que o sucesso financeiro e a sustentabilidade ambiental não são mutuamente excludentes. A TTX somou aventura e atividades voltadas à preservação, como caminhadas, cavalgadas e observação da fauna selvagem com guias naturalistas. A caça e a pesca continuam os grandes atrativos, mas os funcionários do Vermejo são entusiasmados e bem informados.
Se tudo der certo no Novo México (e em duas outras propriedades de Turner, entre as quais uma ilha na costa da Carolina do Sul), a TTX operará em mais fazendas do magnata. “O ecoturismo está em ascensão no mundo todo”, comenta ele. “Todo mundo está interessado no planeta. Ele é a coisa mais interessante que experimentamos na vida. Não sabemos se há vida em algum outro planeta. Se houver, não vamos vê-la durante a minha vida. Isto é tudo que temos. É melhor desfrutarmos.”
Turner começou a comprar seus terrenos no oeste norte-americano para caçar e pescar, mas sempre viu os bichos como mais do que simples alvos. O Fundo Turner para Espécies Ameaçadas, criado por ele, protege uma variedade de animais, e a Fundação Turner tem como finalidade a prevenção de danos ambientais. Ele pretende colocar grande parte de suas terras em servidão ambiental para protelar o desenvolvimento futuro, e tem uma fascinação particular pelos bisões, que quase foram extintos antes de ele passar a trazê-los de volta. Turner começou seu rebanho por volta de 35 anos atrás, com três bisões, e agora mantém em torno de 52 mil.