A princesa Charlene de Mônaco como madrinha, os US$ 450 milhões investidos, a suíte de 360 m² ou as 56 mil toneladas. Qualquer um e todos esses atributos podem descrever o navio mais luxuoso do mundo, batizado em 13 de julho deste ano em Monte Carlo numa cerimônia de pompa e circunstância. Mas o que melhor define o transatlântico Seven Seas Explorer é Frank Del Rio.
Nascido em Cuba, Del Rio deixou sua terra natal aos 7 anos com os pais e apenas uma mala nas mãos, passou pela Jamaica e rumou para os EUA, em uma tentativa da família de levar uma vida melhor, fugindo do governo de Fidel Castro. “Meus pais pensavam que Fidel não duraria muito tempo no poder”, declarou ao New York Times. Não poderiam estar mais enganados.
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Os anos se passaram. Em Miami, no primeiro dia de aula da 10ª série (o 1º ano do nosso Ensino Médio), sem conhecer ninguém da turma, ele se sentou ao lado de uma garota na aula de álgebra. Descobriu que ela se chamava Marcia e também era imigrante cubana. Pouco tempo depois, na faculdade, casaram-se. Tiveram dois filhos e estão juntos até hoje. Além de Marcia, escolheu conviver com os números. Formou-se em contabilidade na Universidade da Flórida, acreditando que teria facilidade para o mundo dos negócios seguindo os passos do pai, também contador.
No início dos anos 1980, iniciou seu mergulho na indústria de cruzeiros, na Renaissance Cruises. Pouco tempo antes do ataque às Torres Gêmeas, em 2001, ele deixou a companhia, onde havia chegado a CEO. Abandonou o barco na hora certa. O trauma do 11 de setembro atingiu mortalmente o ramo de viagens no país e levou a empresa à falência. No ano seguinte, fundou a Oceania Cruises com um grupo de investidores. Compraram três navios que pertenciam à frota da Renaissance e, em 2008, adquiriram a Regent Seven Seas Cruises.
Em 2015, quando Frank assumiu o comando da Norwegian, sua ideia era virar a indústria de cruzeiros de cabeça para baixo. Não bastassem as inúmeras responsabilidades e preocupações inerentes ao cargo de presidente de uma empresa que soma 24 navios, 26.500 funcionários, sete escritórios distribuídos pelo mundo e um faturamento anual de US$ 4,35 bilhões, ele encontrou tempo para participar ativamente da construção e finalização do que chama, sem papas na língua, de “o mais luxuoso navio já construído no mundo”, para 750 privilegiados passageiros. Foram longos meses desde a idealização do projeto, que culminou na cerimônia de batismo do Explorer, quarto navio da frota da Regent Seven Seas – e o primeiro da companhia em 13 anos.
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O zelo na construção e nos detalhes impressiona assim que se embarca pelo átrio do lobby principal. Um piso de mármore circular embutido demarca o coração do navio. A poucos passos, contornando o lobby, escadarias com vidro elegantemente gravado levam o olhar na direção do magnífico lustre de cristal em cascata. Outro upgrade no padrão imposto pela Regent pode ser visto nas suítes. Todas elas têm varandas com vista para o mar. A unidade batizada de Regent Suite, com 360 m², tem dois quartos, um spa exclusivo interno – o primeiro dos mares – e saunas seca e a vapor. Uma área de descanso ao ar livre, separada da suíte por portas de vidro, proporciona uma vista de 270 graus sobre a proa em direção ao horizonte.
Quanto à gastronomia, estão a bordo sete restaurantes, de diferentes especialidades e diferentes ambientações, além de um curioso espaço para aulas de culinária, com 24 estações onde os passageiros podem praticar os ensinamentos do chef. Como parte dessa atividade, estão previstas visitas a feiras de portos onde o navio atracar para que os participantes comprem os ingredientes que prepararão a bordo – ou ainda atividades in loco, como, por exemplo, a preparação de queijos em uma queijaria artesanal em Sorrento, na Itália.
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Antes da conclusão do Explorer, Del Rio anunciou a construção de mais um navio, prometido para 2020. Mas, por enquanto, suas expectativas e elogios vão todos para o “filho” recém-batizado. “Eu queria que esse navio fosse atemporal. Esta embarcação deverá ser tão relevante para o mercado de luxo daqui a 20 anos quanto é hoje. Não é um modismo, não é a cor do momento, não é o bacana que está por aí agora. O Explorer é algo que permanecerá em destaque enquanto existir.”
Veja mais detalhes do navio na galeria de fotos:
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Piscina e hidromassagens a bordo do Explorer
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Coffee bar: ambiente sóbrio e aconchegante
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Espaço para aulas de culinária, com 24 estações
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Regent Suite: espaço, conforto
e um spa exclusivo -
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Cada um dos sete restaurantes tem uma proposta visual e gastronômica diferente
Piscina e hidromassagens a bordo do Explorer