Uma das metáforas mais universais sobre os megadados – o Big Data, em inglês – é que eles são como o sexo adolescente: todo mundo fala muito sobre isso, mas ninguém realmente faz.
Muitos discordam dessa afirmação e, talvez uma das maiores provas de que essa comparação é realmente falsa, é a conexão cada vez maior dos megadados com o sexo – e não apenas do ponto de vista metafórico.
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A maioria das pessoas sabe que ferramentas como Match.com, OKCupid e Tinder usam os megadados para tentar criar potenciais combinações de casais. O que muita gente não sabe é que outros aplicativos parecidos também estão se aproveitando dessa imensa fonte de informação para influenciar não apenas a nossa vida amorosa, mas a nossa vida sexual.
Veja na galeria de fotos como os megadados podem influenciar a sua vida sexual:
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Os megadados na interpretação do sexo
O sexo sempre foi um assunto complicado para estudar ou fazer relatórios, uma vez que as pessoas não são apenas relutantes para falar sobre o tema, mas também tendem a mentir sobre o assunto quando participam de pesquisas. Um exemplo: ao comparar os resultados de uma enquete sobre o número de preservativos vendidos nos Estados Unidos feita sem a interferência dos pesquisadores, os norte-americanos relataram uma frequência de proteção duas vezes maior do que as vendas do produto sugerem.
Essas pessoas estão fazendo mais sexo sem preservativo do que afirmam ou estão exagerando sobre a quantidade de relações sexuais? No caso das autopesquisas, é impossível saber. Entretanto, um pesquisador está analisando as tendências do Google para tentar entender o que realmente está acontecendo. Uma das descobertas é que as pesquisas relacionadas à falta de relações sexuais nos relacionamentos estão entre as principais buscas quando o assunto é convívio, o que sugere que a população no geral está fazendo muito menos sexo do que admite.
É claro que, como o artigo destaca, as pessoas recorrem ao Google quando estão com problemas – e é muito mais provável que elas pesquisem assuntos sobre os quais não se sentem confortáveis para falar com amigos ou familiares, o que poderia distorcer os números.
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Gere filhos com megadados
Um aplicativo médico do iTunes chamado Ovia usa os megadados para ajudar mulheres a controlarem seus ciclos e, assim, aumentar as chances de engravidar. Recentemente, a ferramenta divulgou um mapa interativo que revela quais Estados têm maior índice de sexo com fins reprodutivos. E o resultado é muito semelhante ao cenário político: os locais mais conservadores abrigam o maior número de pessoas que fazem sexo para multiplicação. Estão em Idaho as pessoas que fazem sexo com mais frequência, com uma média de sete dias por mês dedicados à procriação.
Conceber filhos é um grande negócio, e os megadados fazem parte disso. Uma outra companhia desenvolveu uma plataforma chamada Ava, que rastreia o ciclo de fertilidade da mulher por meio de muitos dados físicos separados, com o objetivo de fornecer a informação mais precisa possível.
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Se conecte com os megadados
É claro que o sexo não acontece apenas entre parceiros de longa data que procuram ter filhos e, aparentemente, o aplicativo Good2Go tenta esclarecer algumas coisas sobre o consentimento entre casais. Na plataforma, a pessoa que toma a iniciativa oferece seu telefone para o parceiro em potencial, que deve responder uma série de questões, como quando ele está “bom para ir” (ou seja, à disposição para relações sexuais), seu nível de intoxicação, entre outras. O aplicativo também lembra aos parceiros que o consentimento pode ser revogado a qualquer momento e mantém um registro de todas a interações de permissão.
Neste cenário, algumas pessoas questionaram se as informações que constam no aplicativo poderiam, um dia, ser usadas no tribunal. Ao mesmo tempo em que esse histórico poderia ajudar a proteger pessoas acusadas falsamente por estupro, por exemplo, ele não ajudaria uma vítima. Mesmo que o aplicativo relembre aos usuários de que o consenso pode ser revogado, se um juiz ou júri observar um único “sim”, ele poderia interpretá-lo como prova de que a vítima deu permissão para tudo o que aconteceu depois.
Em um futuro próximo, com a tecnologia correta, as pessoas podem nem precisar de um parceiro humano. Muitas empresas já começaram a desenvolver e lançar brinquedos sexuais inteligentes, que permitem que as mulheres aprendam mais sobre a sua sexualidade e seu corpo, além de pornografia em realidade virtual e até robôs sexuais.
Independentemente de as pessoas gostarem ou não, os dados estão nas nossas camas, cada vez mais infiltrados. Um bom conselho é ficar atento às políticas de privacidade. Além disso, diminua suas informações financeiras, pois elas são provavelmente a parte mais sensível que você vai compartilhar em um aplicativo.
Os megadados na interpretação do sexo
O sexo sempre foi um assunto complicado para estudar ou fazer relatórios, uma vez que as pessoas não são apenas relutantes para falar sobre o tema, mas também tendem a mentir sobre o assunto quando participam de pesquisas. Um exemplo: ao comparar os resultados de uma enquete sobre o número de preservativos vendidos nos Estados Unidos feita sem a interferência dos pesquisadores, os norte-americanos relataram uma frequência de proteção duas vezes maior do que as vendas do produto sugerem.
Essas pessoas estão fazendo mais sexo sem preservativo do que afirmam ou estão exagerando sobre a quantidade de relações sexuais? No caso das autopesquisas, é impossível saber. Entretanto, um pesquisador está analisando as tendências do Google para tentar entender o que realmente está acontecendo. Uma das descobertas é que as pesquisas relacionadas à falta de relações sexuais nos relacionamentos estão entre as principais buscas quando o assunto é convívio, o que sugere que a população no geral está fazendo muito menos sexo do que admite.
É claro que, como o artigo destaca, as pessoas recorrem ao Google quando estão com problemas – e é muito mais provável que elas pesquisem assuntos sobre os quais não se sentem confortáveis para falar com amigos ou familiares, o que poderia distorcer os números.