O projeto de um cassino no Nepal, do Silver Heritage Group’s, que tem como alvo os visitantes indianos, está acima do orçamento previsto e não conseguirá abrir as portas este mês. Como resultado do atraso estão a suspensão da negociação das ações da empresa na bolsa da Austrália, uma renovação no gerenciamento do projeto e um novo esforço para levantamento de fundos. Nada disso significa, no entanto, que o Tiger Palace Resort, em Bhairahawa, a primeira proposta de construir um resort integrado na Ásia do Sul, seja uma ideia ruim.
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O Silver Heritage levantou o equivalente a US$ 19 milhões em uma oferta pública da ASX em agosto para completar o montante de US$ 40 milhões necessários para o projeto de Bhairahawa, o primeiro cassino na fronteira do Nepal a mirar o mercado indiano. A Índia só possui cassinos em dois estados para atender a uma população de 1,3 bilhão de pessoas e vários apostadores. Ambos estão distantes do mercado alvo do Tiger Resort – Nova Déli, Uttar Pradesh, Bihar e West Bengal, regiões com 430 milhões de pessoas a uma distância de seis horas de carro até o cassino.
Consultor da White Paper estima que o potencial da Índia no mercado de jogos seja de US$ 10 bilhõesEm fevereiro, o Silver Heritage anunciou um primeiro atraso no Tiger Palace e pediu que a ASX suspendesse a negociação de suas ações no dia 27. A empresa, que atualmente comanda cassinos em Catmandu e Vietnã, disse que forneceria mais informações sobre a situação em Bhairahawa e, na última semana, fez uma revisão de documentos complementares.
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Auditorias independentes culpam as mudanças no design inicial do resort, além das dificuldades com as transferências de fundos e o gerenciamento da construção. Como consequência, o Silver Heritages precisa de outros US$ 14,8 milhões para abrir o Tiger Palace. A empresa diz que está terminando de se estruturar para captar esses fundos. O hotel cassino, que terá 100 quartos cinco estrelas, duas vilas, uma academia, spa, piscina, restaurantes e serviços de bufês apropriados para casamentos e reuniões, será inaugurado por etapas a partir de agosto, com uma grande cerimônia em novembro. Uma nova equipe de gerenciamento do projeto tem se encarregado de terminar a construção e fazer dar certo.
Entre os detalhes já revelados está o fato de que o hotel e outras áreas de hospedagem estão sendo concluídas mais rapidamente do que o cassino. Isso significa que a abertura parcial, em agosto, vai incluir quartos, quadras, vilas, academia, spa, piscina e quatro estabelecimentos de comida e bebida. Uma vez que o hotel se torne operacional e a licença de jogos seja emitida, mesas e máquinas serão instaladas em áreas comuns antes da conclusão do piso do cassino, em novembro.
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Atrasos à parte, esta é uma grande oportunidade para o Tiger Palace Bhairahawa. O consultor Kit Szybala, da White Paper, empresa global de consultoria, acredita que o potencial indiano neste mercado seja de US$ 10 bilhões. A classe média da Índia deve roubar da China o título de a maior do mundo em gastos até 2030. Com as opções limitadas de cassino que existem hoje no país, a tendência é que muita gente migre para os países vizinhos para jogar. E o Tiger Palace almeja se tornar a melhor das alternativas, graças à proximidade. Mesmo que o novo projeto custe US$ 54.8 milhões, é um investimento razoável para testar um mercado desse tamanho.
Além disso, estradas e aeroportos estão sendo construídos nos dois lados da fronteira, com o aeroporto Bhairahawa alcançando um status internacional. A cidade também está próxima de alguns lugares declarados patrimônio pela UNESCO, como o local de nascimento de Buddha, em Lumbini, e o Chitwin National Park, uma área de vida selvagem.