O sr. Smith, que pediu para ter seu nome trocado para preservar sua privacidade, tem viajado pelo mundo de um jeito extremamente luxuoso pelo últimos quatro anos. Ele só viaja de primeira classe, se hospeda em suítes 5 estrelas e não cozinha desde novembro. Em 30 dias, visitou Singapura, Nova York, Las Vegas, Mônaco, Moscou, Zurique e agora está em Hong Kong. “Nada de tédio”, diz ele.
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Depois de terminar a faculdade em 2008, Smith arrumou um respeitável emprego como engenheiro de software em uma reconhecida empresa de tecnologia no Vale do Silício. Ele era um bom funcionário, como muitos colegas. Foi graças a um deles, em julho de 2010, que Smith ouviu falar, pela primeira vez, de bitcoin. Na época, a criptomoeda tinha acabado de ter a sua maior valorização – 10 vezes, passando de US$ 0,008 para US$ 0,08 em apenas cinco dias. “Esse aumento de preço realmente chamou minha atenção, mas eu ainda esperei mais alguns meses antes de investir. Eu queria aprender mais sobre a tecnologia que estava por trás disso primeiro”, afirma.
Smith pagou US$ 0,15 por bitcoin e, três anos depois, vendeu por US$ 800Em outubro de 2010, Smith achou que estava pronto para entrar no jogo. “Eu não sabia quanto investir, mas tinha um bom salário na época, então decidi começar com US$ 3.000.” Ele pagou pouco mais que US$ 0,15 por bitcoin, o que resultou em cerca de 20.000 bitcoins. Naquele momento, esperar qualquer tipo de retorno era algo incerto – até mesmo no Vale do Silício, mencionar a palavra “bitcoin” era o suficiente para chamar a atenção. A criptomoeda se espalhou de maneira silenciosa e, apesar de checar o preço a cada dois meses, Smith garante: “Eu sabia desde o começo que estava fazendo algo para o longo prazo. Queria ver o quão alto eu conseguia chegar.”
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Durante os três anos seguintes, Smith se dedicou ao seu trabalho e esqueceu do investimento, até que a valorização do bitcoin passou a ser o centro das atenções em 2013. “Eu não conseguia acreditar no quão rápido aquilo estava acontecendo”, lembra. “Começou aumentando em 10%, ou até mais, por dia. Eu estava nervoso e, ao mesmo tempo, animado, assustado e confuso.” Quando o preço chegou a US$ 350, mais de duas mil vezes o que havia pago, Smith vendeu 2.000 bitcoins. Quando chegou a US$ 800, apenas alguns dias depois, vendeu mais 2.000. Desta maneira, atingiu um lucro – inesperado – de US$ 2,3 milhões. “Foi muito louco. Eu larguei meu emprego e parti em uma viagem ao redor do mundo na semana seguinte.”
Quando questionado sobre o bitcoin, ele conta que ainda possui um saldo de 1.000 bitcoins, que valem, neste momento, US$ 2,6 milhões.
Você pode estar se perguntando onde estão os 20.000 bitcoins, já que Smith está gastando, em sua viagem, o rendimento de 4.000 e ainda possui outros 1.000. O investidor fala sobre uma série de vendas recentes, pois a especulação em excesso levou o preço a um nível insustentavelmente alto. Mas quanto realmente foi o lucro de Smith com os bitcoins? Sua resposta é dada sem nenhuma hesitação ou arrogância.
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No total, US$ 25 milhões foram gerados a partir de um investimento inicial de US$ 3.000. São estes tipos de retornos que fazem um milionário. Obviamente, Smith ainda possui 1.000 bitcoins, que planeja vender, “quando o preço alcançar US$ 150.000”, uma valorização de dez vezes seu valor original de compra. “Eu realmente acho que chegarei lá”, ele afirma com confiança. “Mas muitos governos e empresas terão de embarcar nessa, em primeiro lugar. Não existe especulação suficiente para empurrar o valor para tão alto.”
Quando questionado sobre o porquê de ter vendido na época e se existe algum remorso, no caso do preço subir novamente dez vezes, ele afirma que, hoje, tem tudo o que sempre sonhou. “Eu viajo pelo mundo visitando amigos. Faço o que quiser com o meu tempo e não precisarei me preocupar com dinheiro pelo resto da minha vida. Eu seria um tolo de não resgatar esse dinheiro agora”, afirma.
Smith é o exemplo do novo dinheiro, um millennial milionário que não vê problemas em ostentar sua fortuna. Já se passaram quatro anos desde que ele deixou sua vida normal no Vale do Silício para trás e, neste intervalo, viajou sem parar. Com milhões no banco ou não, ele sempre terá um lugar para dormir.