O Casino de Monte-Carlo, em Mônaco, é o ícone máximo do glamour em jogos de apostas. O edifício foi construído em 1863 por Charles Garnier – o mesmo arquiteto da Ópera de Paris – e se mantém intacto e em pleno funcionamento até os dias atuais, um pilar de extrema importância para o grupo-proprietário Société des Bains de Mer (SBM) que detém, além da propriedade, hotéis, restaurantes, cassinos e empreendimentos imobiliários, todos localizados no Principado.
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No entanto, os tempos mudaram e os hábitos dos consumidores de luxo também. As pessoas buscam, cada vez mais, vivenciar experiências e não apenas se apegar a aquilo que pode ser adquirido. Foi essa tendência que levou a empresa a juntar-se ao artista francês Charles Kaisin para promover série de jantares surrealistas, exclusivos para convidados. A estreia foi em abril. No último dia 9 de dezembro houve uma segunda edição, acompanhada de perto por FORBES Brasil.
Pascal Camia, diretor de jogos do Casino de Monte-Carlo, definiu o evento como “algo que o dinheiro não compra, uma surpresa para todos que estão lá”. Cerca de 120 pessoas participaram da mais recente edição, entre elas a Princesa Caroline de Mônaco, as atrizes Catherine Deneuve, Isabelle Huppert e Chiara Mastroianni, e os melhores clientes do Casino.
A mente por trás da noite é de Charles Kaisin, que se juntou ao chefe-executivo do Hôtel de Paris (propriedade do SBM) na elaboração de um jantar mais do que especial. A experiência começou logo no atrium e rotonda do cassino, com a instalação artística “Let’s Fall in Diamonds”, um cenário inteiro nas cores vermelho e branco, com padronagem em formato de diamantes – deixando “aparecer” apenas o teto original do prédio, um perfeito exemplar da arquitetura Belle Époque, com lustres imponentes e detalhes na cor dourada.
A noite seguiu na Salle Blanche, um dos salões do cassino. Ao entrar, a atmosfera era de um jardim, com apenas quatro fileiras extensas de cadeiras, barulhos típicos da natureza e, surpreendentemente, nenhuma mesa – o que foi “resolvido” minutos depois.
A primeira entrada chegou em uma mesa-humana. Homens em filas se ajoelharam na frente dos convidados para oferecer uma sopa à base de flores e vegetais. Em seguida, foi servida, em uma espécie de dança executada por bailarinas, a segunda entrada – um caldo verde para tomar de canudinho.
A temática da noite – “The Game of Love and Chance” – ficou clara na apresentação seguinte. O quadro “Three Graces”, do artista Paul Jean Gervais, ganhou “vida”. Três artistas saíram dele e se “libertaram”. Aqui um fato histórico interessante: o quadro retrata as musas Émilienne d’Alençon, Liane de Pougy e a exuberante Belle Otéro, cortesãs que fizeram parte da história do Casino.
O prato principal, executado pelo chef Franck Cerutti, trouxe peixe com trufas da região de Alba e alcachofras. Depois do jantar, o tampo das duas mesas que acomodavam todos os convivas foram retirados e, em seu interior, reveladas mesas de pebolim com jogadores representados por cartas de baralho.
Para finalizar a noite, as sobremesas foram servidas na Salle Médecin, onde mesas de carteado e roletas estavam à disposição dos jogadores. Uma verdadeira experiência surrealista!