O lançamento de um novo produto é um momento sempre muito importante para marcas e fabricantes. Esse ciclo de (re)lançamentos acontece, dependendo da indústria, com maior ou menor frequência. É esperado, por exemplo, que fabricantes de celulares apresentem novos modelos num ciclo que varia entre 6 e 12 meses. Na indústria automobilística, esse prazo salta para três a quatro anos, com alguns pequenos facelifts aqui e ali.
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Imagine, portanto, a importância que o lançamento do novo Rolls-Royce Phantom VIII tem para a icônica fabricante inglesa. Relançar seu mais importante produto e mais antigo modelo do mundo – o Phantom existe há 92 anos – com a delicada missão de repetir o sucesso absoluto de crítica e de vendas que o acompanha há quase um século. Tudo isso 14 anos depois do lançamento de seu antecessor, o Phantom VII.
Mesmo para uma marca que dispensa apresentações e que é sinônimo de alto luxo como a Rolls-Royce, lançar a nova versão do seu mais famoso modelo representava um desafio – trata-se de um produto único e com um ciclo de vida também único. Nas linhas a seguir, veremos que essa tarefa foi executada com extremo brilhantismo pela House of Rolls-Royce.
“É uma obra de arte que engloba os desejos pessoais de cada um de nossos clientes”, diz o CEO da Rolls-Royce Motor Cars, Torsten Müller-Ötvös. Esse simpático alemão sabe bem o que está dizendo, do alto de seus 20 anos de casa e de sua paixão “desde criancinha” por carros.
Os muitos prêmios acumulados em mais de 100 anos de história – como o do Silver Ghost, antecessor do Phantom, que em 1907 foi eleito o “Melhor Carro do Mundo” – permitem que a montadora inglesa afirme, sem modéstia: “Desde seu début, em 1925, o Rolls-Royce Phantom tem sido a escolha dos mais influentes e poderosos homens e mulheres do mundo, sendo, por isso, uma presença constante nos momentos mais decisivos da história”. Seus carros são, de fato, verdadeiras joias sobre rodas que saem de sua linha de montagem e que têm transportado reis, chefes de Estado e grandes personalidades ao longo do tempo.
Ele acelera de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos sem que você perceba o esforço do motor“Linha de montagem”, por sinal, não é o termo mais adequado para descrever como se produz um Rolls-Royce. Melhor seria chamar sua fábrica, hoje em Goodwood (West Sussex, Inglaterra), de ateliê. Se um automóvel “popular” inteiro pode ser montado em uma hora, na RR esse é o tempo que costuma ser gasto na artesanal e meticulosa colocação de uma única peça.
Tudo isso continua no DNA da marca. Mas era hora de olhar para a frente e projetar um Phantom como nenhum outro de sua vitoriosa linhagem, sem perder a essência. Mais do que aprimorar a versão anterior, a montadora decidiu que iria desenvolver o novo Phantom do zero.
Eu tive a honra de ser o primeiro – e único – brasileiro, até agora, a dirigir esse fantástico veículo antes de sua chegada ao mercado, prevista para dezembro de 2017. A experiência não poderia ter sido melhor.
Decidida a deixar para trás a equivocada fama de que o Phantom é um carro para ser guiado apenas por choferes, a RR escolheu a dedo a região do lago Lucerna, na Suíça, como cenário da primeira sessão do Phantom Drive Experience. Mais do que uma bela paisagem, a escolha se deu pelo fato de que as estradas estreitas e sinuosas dos Alpes suíços seriam a melhor pista de testes para que comprovássemos, na prática, que o Phantom VIII é um carro feito tanto para quem quer ficar no banco de trás como também para aqueles que, como eu, cultivam o prazer de dirigir. Em qualquer um dos casos, a experiência a bordo será surpreendente.
Comecemos pelo que considero os maiores avanços desse novo modelo: a tecnologia embarcada e o conforto interno. O conceito do Phantom VIII foi pautado pela chamada “arquitetura do luxo”, ancorada na tríade leveza, silêncio e conforto – garantida pela ação da suspensão a ar autonivelante com controle eletrônico e pela estrutura de alumínio 30% mais rígida e mais leve.
A evolução é tanta que bastaram alguns poucos minutos ao volante para eu perceber que aquele era, sim, um novo carro. Recursos engenhosos e modernos fazem com que, em baixa velocidade, as rodas traseiras estercem em sentido oposto ao das dianteiras, permitindo que curvas mais fechadas e em ângulo sejam feitas com enorme facilidade e maciez. Em alta velocidade, os muitos sensores eletrônicos de estabilidade e as rodas trabalham em conjunto, “colando” esse gigante de quase 3 toneladas no asfalto. O incrível sistema de amortecimento é responsável por uma direção suave, sem solavancos, mesmo nos terrenos mais acidentados – no que pode ser considerado, verdadeiramente, uma “viagem no tapete mágico”.
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Um esforço incalculável foi dedicado para criar “o carro mais silencioso do mundo”, incluindo os vidros com duas camadas de 6 milímetros de espessura, mais de 130 quilos de isolamento acústico e o uso de materiais de alta absorção – incluindo espumas densas, feltro e peles de forma jamais vista na indústria automobilística. A Rolls-Royce também trabalhou em estreita colaboração com o fornecedor de pneus para criar o “silent-seal”, que tem uma camada de espuma para absorver os ruídos do contato com o solo (a redução chega a 9 decibéis). Foram testados nada menos que 113 protótipos de pneus até que o modelo ideal fosse definido. O resultado de todo esse empenho resultou em um modelo 10% mais silencioso que o antecessor a 100 km/h. Os níveis de ruído eram tão baixos que os engenheiros chegaram a achar que os instrumentos de medição sonora estavam descalibrados.
Tudo isso fica ainda mais surpreendente quando lembramos que estamos a bordo de uma máquina de 5,77 metros de comprimento, 2,18 metros de largura e 2.660 quilos, empurrados por um poderoso V12 de 6,75 litros biturbo, com 571 cv de potência. Tamanha potência acelera o Phantom VIII de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos sem que você perceba o esforço do motor.
A famosa e já citada sensação de “viagem no tapete mágico” também é resultado da nova (e mais leve) arquitetura e da última geração de suspensão a ar autonivelante. A suspensão faz milhões de cálculos a cada segundo, ajustando os amortecedores eletronicamente, reagindo até mesmo às informações da câmera.
O sistema nervoso central conecta e controla os vários sistemas de inteligência do New Phantom. Entre eles estão um sistema de quatro câmeras com visão panorâmica, aviso de colisão, aviso para pedestres, aviso de tráfego cruzado, alerta de mudança de faixa, projeção no para-brisa do “head-up display” de alta resolução, hotspot wi-fi e os mais recentes sistemas de navegação e entretenimento.
O espaço interno também não poderia ser mais impressionante. O conceito chamado “The Embrace” reproduz a visão do diretor de design Giles Taylor. Toda a tecnologia que mencionamos acima fica escondida até ser necessária; os espaços e as superfícies são limpos, e o olhar se deleita com a beleza ao redor como se estivesse em uma galeria de arte.
O ocupante pode devanear inspirado pelo maior headlight da Starlight, que simula um céu estrelado no teto interior do veículo. Os painéis de madeira de alto brilho, requintados e agradáveis ao tato, podem ser encomendados para o interior das portas, consoles centrais, tabelas de mesa e de piquenique.
Os assentos são desenhados e esculpidos artesanalmente para oferecer o máximo conforto ao ocupante. A varredura de painéis de madeira na parte de trás dos bancos dianteiros foi claramente influenciada pela famosa cadeira Eames de 1956, um design tão apreciado pelos consumidores de luxo que faz parte da exibição permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York.
Inteligentemente segregados atrás dos painéis de madeira na parte traseira dos bancos ficam as mesas de piquenique e os monitores de home theater, que são implantados eletricamente e retraídos com o toque. A atenção habitual da Rolls-Royce aos detalhes determinou que os controles do assento fossem reposicionados no apoio central de braços, numa posição mais intuitiva para o usuário. O novo console central traseiro fixo incorporou um armário de bebidas com copos de uísque e decantador, taças de champanhe e coolbox.
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O espaço chamado de The Gallery é outro conceito sem precedentes, e que faz os olhos de Giles Taylor brilhar. Reinterpretando o painel do automóvel pela primeira vez em 100 anos, o modelo reserva um grande espaço no painel para que o cliente possa colocar ali uma obra de arte verdadeiramente individual. Entre as opções de customização, estão peças exclusivas de variados estilos e materiais feitas sob medida por artistas plásticos renomados – como a impressionante placa de aço banhada em ouro de Thorsten Franck que representa o DNA do proprietário. “O Phantom não é um carro para o dia a dia”, disse-nos Taylor. “É para aquelas pessoas que celebram as conquistas da vida com uma obra de arte capaz de amplificar esses momentos.”
Com a licença poética a que me permito como autor deste artigo, acrescento que o Phantom VIII é o melhor veículo que já rodou sobre a Terra. Cada detalhe, cada função, cada textura, cada característica estética e mecânica dão a certeza de que ele não é apenas um carro, mas sim uma maravilha da realização humana.
POUCOS E BONS
O Phantom I (foto acima), sucessor do Silver Ghost em 1925, foi concebido e produzido em segredo. Já sedimentando a fama de fazer os melhores carros do mundo, a montadora dava falsas pistas de que estava desenvolvendo um veículo militar. Desde o lançamento, foi um sucesso. Os concorrentes não conseguiam reproduzir sua combinação de potência e durabilidade.
Quatro anos depois, o engenheiro Henry Royce (fundador da empresa ao lado de Charles Rolls e Claude Johnson) melhorou ainda mais o modelo e lançou o Phantom II, com novo chassi e um motor reprojetado.
O terceiro da linhagem enfrentou sérios percalços durante seu desenvolvimento, como a morte de Sir Henry, aos 70 anos, e a Segunda Guerra Mundial.
Em 1950, um único carro projetado para o príncipe Philip e a futura rainha Elizabeth despertou a cobiça de outras famílias reais e chefes de Estado pelo mundo. Nascia o Phantom IV, que caminhava sobre nuvens em baixas velocidades, ideal para desfiles oficiais. Começava ali uma estreita e duradoura relação não só com a família real britânica, mas com dignatários, celebridades e pessoas de sucesso do mundo inteiro.
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Entre 1959 e 1968, 516 unidades do Phantom V foram produzidas para clientes como Elvis Presley e John Lennon. Seu sucessor reinou entre 1968 e 1990, período em que o conglomerado da RR entrou em liquidação judicial. Em 1980, a Rolls-Royce Motors fundiu-se com a britânica Vickers, que em 1998 vendeu a marca à BMW. O grupo alemão prometeu lançar um carro novo em 1º de janeiro de 2003. No primeiro minuto do ano, nasceu em Goodwood o Phantom VII (foto abaixo), com nova estética e uma extrema preocupação com detalhes.
Veja, na galeria de fotos abaixo, detalhes do Phantom VIII:
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Divulgação O Phantom VIII tem vidros com duas camadas de 6 milímetros de espessura
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Divulgação O Phantom VIII acelera de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos sem que você perceba o esforço do motor
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Divulgação O ocupante pode devanear inspirado pelo maior headlight da Starlight, que simula um céu estrelado no teto interior do veículo
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Divulgação O Phantom VIII é equipado com um poderoso V12 de 6,75 litros biturbo, com 571 cv de potência
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Divulgação Cada detalhe do Phantom VIII busca maior conforto, beleza e desempenho
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Divulgação Os painéis de madeira de alto brilho, requintados e agradáveis ao tato, podem ser encomendados para o interior das portas, consoles centrais, tabelas de mesa e de piquenique
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Divulgação O modelo é 10% mais silencioso que o antecessor a 100 km/h
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Divulgação Os monitores de home theater são implantados eletricamente e retraídos com o toque
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Divulgação O Phantom VIII é equipado com portas suicidas
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Divulgação O painel modelo pode ser transformado em uma “galeria de arte”
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Divulgação O pneu tem o sistema “silent-seal”, que tem uma camada de espuma para absorver os ruídos do contato com o solo (a redução chega a 9 decibéis)
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Divulgação O modelo tem retrovisor aerodinâmico
O Phantom VIII tem vidros com duas camadas de 6 milímetros de espessura
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