Prova de que os brasileiros têm muita familiaridade com Miami é que ocupam a primeira posição no ranking que mede o fluxo de turistas internacionais que passam pela cidade todos os anos. Essa familiaridade se estende, claro, aos luxuosíssimos centros de compras, como o Bal Harbour Shops, que se prepara para uma reforma milionária, que consumirá mais de US$ 500 milhões e dobrará seu tamanho até 2023. Matthew Whitman Lazenby, CEO e presidente da Whitman Family Development, incorporadora proprietária do empreendimento, conversou com FORBES sobre a expansão e o mercado atual de varejo, considerado, por muitos, um grande desafio.
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Com a expansão, o shopping passará a ter três andares, mais opções de restaurantes, lojas reformuladas e novas grifes, incluindo uma unidade da brasileira Alexandre Birman, de calçados, que deve ser entregue até o fim de 2018. A experiência exclusiva de compra, característica que faz parte da essência Bal Harbour Shops, será reforçada. “Pretendemos fazer mais experiências nas lojas, apresentar conceitos únicos e serviços que focam nos consumidores, pois acreditamos que é isso que continua a trazer os clientes”, diz Lazenby.
Sobre os atuais desafios de um mercado no qual diversos centros de compras focados no consumidor final fecharam as portas, o CEO é claro: “Para mim, não há nada novo em criar uma conexão emocional com os clientes, de maneira que comprar não seja um simples ato mecânico, mas o compartilhamento de um bom momento”. E completa com um lição aprendida em família: “Meu avô [fundador do Bal Harbour Shops em 1965] foi meticuloso ao pensar nos detalhes para melhorar a experiência de compra. Desde o começo, por exemplo, as vagas do estacionamento eram inclinadas, de forma que fosse mais fácil estacionar. Eu acredito que qualquer empresa que tenha esse tipo de preocupação permanecerá no mercado, enquanto as demais, focadas apenas nas vendas, provavelmente irão desaparecer”.
Todo o foco no consumidor final parece estar dando mais do que certo para o Bal Harbour Shops. Segundo a última pesquisa da Green Street Advisors, feita em 2016, o shopping estava no topo do ranking, com venda média anual de US$ 34 mil por metro quadrado. Segundo o CEO, entre 1965 e 2014 houve uma curva ascendente nas vendas anuais. Em 2015 e 2016, os resultados começaram a cair. No ano passado, porém, os números voltaram a subir e, desde então estão crescendo a cada mês.