Que os italianos são bons em luxo, design, estilo e velocidade nós já sabemos. Mas nem sempre essas virtudes eram encontradas juntas, somadas a um sólido pacote tecnológico de ponta. Conjuguei o verbo “ser” no passado porque essa equação foi solucionada – com maestria – pela centenária montadora italiana Maserati, que acaba de lançar versões atualizadas e moderníssimas de seus modelos Ghibli, Quattroporte e Levante.
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Fui até um dos mais charmosos destinos dos Alpes italianos para comprovar se, na prática, os carros sustentavam o discurso que estava no papel. Alguns antigos conceitos estão caducando rapidamente, inclusive no setor automobilístico. Quem nunca ouviu que um carro esportivo não é confortável ou que um carro luxuoso não consegue ser veloz? Se você ainda não entrou num Maserati, talvez guarde algum desses preconceitos. Eu, se ainda os tinha, deixei-os enterrados na neve da aconchegante Courmayeur. Foi nessa pequena comuna que a Maserati reuniu um seleto grupo de convidados para apresentar as novidades da linha 2018.
Mais do que simples evoluções estéticas, os modelos ganharam inovações tecnológicas que tornam a experiência ao volante incrivelmente prazerosa e segura. A escolha de um ambiente coberto de neve, com pistas escorregadias e sinuosas, foi proposital, pois um dos pontos centrais da atual estratégia de divulgação da montadora é o sistema de tração Q4. Falarei sobre ele mais à frente.
Comecemos pelo modelo que se tornou meu xodó durante a passagem pela Itália: o Levante. Lançado no Salão de Genebra de 2016, ele representou a chegada da montadora italiana ao segmento de SUVs. Foi um ponto de virada que trouxe grandes recompensas: até junho de 2017, 25 mil unidades foram vendidas em 72 países, número que fez do Levante o Maserati mais vendido no período.
O SUV foi concebido em torno de três pilares: design, exclusividade e desempenho. Sem perder a classe, é capaz de excitar os motoristas mais focados na esportividade, graças ao uso extensivo de materiais leves, a uma distribuição de peso ideal (50:50) e ao centro de gravidade mais baixo do segmento. Essas características dão a ele uma agilidade inigualável na classe de SUVs de luxo.
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O layout da suspensão de cinco elos duplos de alumínio inclui amortecedores Skyhook controlados eletronicamente e Air Springs. Em conjunto com o sistema inteligente de tração nas quatro rodas – o Q4 – e o sistema de vetorização de torque, o chassi oferece dinâmica GT na estrada e uma surpreendente capacidade off-road. Todo esse linguajar “semitécnico” para dizer que estar a bordo do Levante é um exercício constante de autoquestionamento: “Estou num cupê ou num SUV?”. Ele foi projetado para proporcionar conforto luxuoso em estradas irregulares e excelente manuseio em superfícies com baixa aderência.
E parece que, neste momento, a Maserati está levando a questão da “baixa aderência” a ferro e fogo. Lá estava eu, no lindo cenário do Vale de Aosta, no extremo noroeste da Itália, fronteira com França e Suíça, ao volante de um Quattroporte, fazendo – aqui e ali – vista grossa para alguns limites de velocidade da autoestrada no percurso da drive experience do dia. Naquele trajeto, pude comprovar que os muitos recursos tecnológicos embarcados nos modelos 2018 da montadora fazem diferença no mundo real. Algo que parece simples, como o Lane Keeping Assist, é um game changer num carro esportivo de luxo – ainda mais com 430 cavalos escondidos debaixo do capô.
Cheguei ao circuito do Ice Kart Cervinia, aos pés do Mont Blanc, pronto para dirigir o Levante numa pista coberta de neve e gelo – 100% coberta! Um instrutor da montadora me dava as dicas de onde acelerar, onde frear, os pontos de tangência… Quando assumi o volante, aos poucos fui ganhando confiança no sistema Q4. Assim que me acostumei com as respostas do carro, comecei a pisar mais fundo. O ronco do motor é de um superesportivo – afinal, é o sangue Ferrari correndo ali dentro. Numa reta da pista, enclausurada por paredões de neve mais altos que o próprio Levante e que amplificavam o ronco do motor, a sensação de velocidade era maior. E adicionava um grau a mais de emoção que fazia o instrutor, entre sorrisos tensos, ordenar, num inglês com forte sotaque italiano: “Slow, slow”…
No fim do test-drive, fiquei admirando aquela bela máquina, ouvindo o ronco apaixonante de seu motor, vendo a fumaça que saía das pastilhas de freio, tão exigidas até poucos instantes atrás, “namorando” seu design…
Mas falemos das adições tecnológicas, que foram muitas. O Sistema de Assistência à Condução Avançada (ADAS), bem como as funções ativas highway assist, lane keeping assist e active blind spot assist, além do reconhecimento de sinais de trânsito, são um passo importante para a direção semiautônoma. Embora o ADAS seja um ativo valioso para garantir uma experiência de condução mais segura, a montadora permanece fiel à sua filosofia central – de fabricante de carros de turismo de corrida capazes de oferecer experiências de condução incomparáveis.
Esse princípio aplica-se ao Quattroporte, um sedã esportivo de luxo que coloca o motorista em primeiro lugar, que não se propõe a ser um veículo autônomo. A introdução do pacote ADAS ativo na gama Quattroporte torna o carro ainda mais seguro em uma variedade de condições de tráfego, mas o motorista permanece 100% no controle.
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Ao lado do novo Ghibli, o Quattroporte é o primeiro Maserati a adotar o sistema Integrated Vehicle Control (IVC), desenvolvido em colaboração com a Bosch. Essa nova função leva a tecnologia aeroespacial para as ruas. Ao prevenir – em vez de apenas corrigir – a perda de controle, o IVC oferece maior segurança, melhor desempenho e uma experiência mais agradável para o motorista.
O que percebi nos três modelos é que todos – apesar dos valentes 430 hp da versão S – permitem uma condução esportiva, mas ao mesmo tempo segura e confortável. As oito marchas podem ser trocadas automática ou manualmente pelas borboletas ao lado do volante, e um botão no console aciona o modo esportivo de condução (o meu predileto).
Voltando ao Q4: o mote da Maserati para este ano, e que motivou a FORBES a testar seus modelos na neve, como eu dizia, é o sistema inteligente de tração integral – presente em todas as versões do Levante e nos Ghibli e Quattroporte V6 twin-turbo 3.0 de 430 hp. A proposta do Q4 é maximizar a tração nas quatro rodas em qualquer superfície ao menor sinal de perigo, como em perda de aderência, freadas bruscas e curvas em alta velocidade. Baseado em algoritmos que “leem” o carro em tempo real, o sistema reage em 100 milissegundos. Nesse curto tempo, ele integra tração e torque, sistemas de freios ABS e de estabilidade ESP, só para ficar nos mais familiares. Coloquei o sistema à prova e posso garantir: ele funciona. Eu não teria coragem de acelerar tão forte no gelo, com o precipício ali ao lado, se não sentisse que o carro estava preso ao solo. Não fosse toda essa tecnologia, eu teria atendido aos apelos do instrutor: “Slow, slow”…
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Divulgação LEVANTE S
Dimensões: 5,00 m x 1,97 m x 1,68 m
Peso: 2.109 kg
Motor: V6 twin-turbo 3.0
Potência: 430 hp
Velocidade máxima: 264 km/h
De 0 a 100 km/h: 5,2 segundos -
Divulgação LEVANTE S
Lançado no Salão de Genebra de 2016, o Levante representou a chegada da montadora italiana ao segmento de SUVs. Até junho de 2017, 25 mil unidades foram vendidas em 72 países, número que fez do Levante o Maserati mais vendido no período
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Divulgação LEVANTE S
O SUV foi concebido em torno de três pilares: design, exclusividade e desempenho. Sem perder a classe, é capaz de excitar os motoristas mais focados na esportividade, graças ao uso extensivo de materiais leves, a uma distribuição de peso ideal (50:50) e ao centro de gravidade mais baixo do segmento
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Divulgação GHIBLI S Q4
Dimensões: 4,97 m x 1,95 m x 1,46 m
Peso: 1.870 kg
Motor: V6 twin-turbo 3.0
Potência: 430 hp
Velocidade máxima: 286 km/h
De 0 a 100 km/h: 4,7 segundos -
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Divulgação GHIBLI S Q4
O novo Ghibli adota o sistema Integrated Vehicle Control (IVC), desenvolvido em colaboração com a Bosch. Essa nova função leva a tecnologia aeroespacial para as ruas
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Divulgação GHIBLI S Q4
Todas as versões do Ghibli possuem o sistema inteligente de tração integral
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Divulgação QUATTROPORTE S Q4
Dimensões: 5,26 m x 1,95 m x 1,48 m
Peso: 1.920 kg
Motor: V6 twin-turbo 3.0
Potência: 430 hp
Velocidade máxima: 288 km/h
De 0 a 100 km/h: 4,8 segundos -
Divulgação QUATTROPORTE S Q4
A introdução do pacote ADAS (Sistema de Assistência à Condução Avançada) ativo na gama Quattroporte torna o carro ainda mais seguro em uma variedade de condições de tráfego, mas o motorista permanece 100% no controle
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Divulgação QUATTROPORTE S Q4
Assim como o novo Ghibli, o Quattroporte também adota o sistema IVC
LEVANTE S
Dimensões: 5,00 m x 1,97 m x 1,68 m
Peso: 2.109 kg
Motor: V6 twin-turbo 3.0
Potência: 430 hp
Velocidade máxima: 264 km/h
De 0 a 100 km/h: 5,2 segundos
Reportagem publicada na edição 58, lançada em abril de 2018