O Lago de Como, na Itália, é tão espetacular que é fácil entender por que celebridades e bilionários como George Clooney (ainda se recuperando de um acidente de motocicleta) e Sir Richard Branson compraram suas villas por lá. Com a forma de um Y invertido, a sinuosa orla do Lago de Como é cercada por jardins exuberantes, aldeias antigas e mansões. Aqueles que não possuem sua própria villa escolhem o Grand Hotel Villa Serbelloni, cinco estrelas, na vila medieval de Bellagio, considerado um dos hotéis mais prestigiados do mundo e com vista para o lago. O hotel atrai membros da realeza, chefes de Estado e gente como Al Pacino, George Lucas e Isabelle Huppert.
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A propriedade, que comemora seu centenário neste ano, pertence à família Bucher. Em 1918, o empresário suíço Arturo Bucher comprou um hotel elegante em Bellagio, na ponta do promontório que separa os dois braços do lago. O local é tão magnífico que três gerações da família Bucher residiram lá em sua própria ala desde então. O hotel tem 95 quartos, incluindo 22 suítes. Dois deles foram batizados em homenagem aos seus hóspedes mais ilustres, Winston Churchill e John Kennedy.
O hotel tem uma área de fitness de mais de 836 m² com academia, sauna, cabines de banho turno e quadra de squash. Os hóspedes podem reservar uma sessão de pilates, usar a quadra de tênis e mergulhar na piscina em frente ao lago. Muitos reservam um tratamento no spa e, então, seguem para a sala de relaxamento, embora outros prefiram o terraço privado das luxuosas suítes para saborear um cappuccino enquanto assistem as balsas irem e virem no Lago de Como.
Muitos hóspedes caminham até o centro de Bellagio e compram sedas requintadas, vidro pintado à mão e couro. Outros partem para aventuras mais ativas, como andar de bicicleta (o concierge do hotel pode providenciar veículos muito modernos e guias). Perto do hotel está a famosa Vallassina Road, a última etapa decisiva do Giro Italia, considerada a corrida mais difícil no lugar mais bonito do mundo. A subida, de 229,5 metros acima do nível do mar, leva os ciclistas ao Santuário de Ghisallo.
Em 1948, o Papa Pio XII declarou a Madonna de Ghisallo como a padroeira dos ciclistas. Um ano depois, ele abençoou a chama eterna que queima na capela de 400 anos, um santuários para os adeptos do esporte. Ao lado da capela há um elegante museu de ciclismo feito de aço e pedra, o Museu do Ciclismo Madonna del Ghisallo, dois andares repletos de memorabilia sobre o tema e filmes dos principais ícones do esporte.
Além do ciclismo, o Lago de Como oferece excelentes caminhadas, facilmente acessíveis por balsa. Cadenabbia é uma antiga vila com ruas pitorescas em todas as direções e uma caminhada de uma hora até o ponto mais alto. A trilha é em uma floresta, mas muito trajeto consiste em subir os antigos degraus de pedra. A cada 15 minutos, o turista encontra antigas capelas com mosaicos representando os Mistérios do Rosário. No meio do caminho fica uma capela dedicada a Saint Charles e, em seguida, o fim da escada.
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Depois disso, há uma trilha íngreme até o topo, que contempla todas as aldeias vizinhas, incluindo Bellagio. Como você está na Itália, nunca uma caminhada chega ao fim antes de uma parada em um pub para uma grappa comemorativa (os italianos até brindam o início da caminhada com uma dose da bebida).
Aventureiros menos animados podem fazer uma visita guiada ao Rockefeller Foundation Park, uma caminhada sinuosa ao longo de um caminho cheio de pinheiros até o topo do promontório. Apenas a alguns minutos a pé do Serbelloni fica a trilha (com estreitos degraus de pedra) para a pequena vila de pescadores Pescallo. A estreita rua principal é repleta por belas casas de pedra cercadas por flores. No final da estrada está o litoral, onde os barcos de pesca balançam suavemente para cima e para baixo na água. Se você for cedo, não encontrará turistas, apenas habitantes locais caminhando com os cães.
Outro lugar interessante é a Villa del Balbianello, originalmente uma casa de repouso para os monges franciscanos que, assim como muitas moradias no lago, só pode ser alcançada por barco. Os filmes “Star Wars” e “Casino Royale” foram filmados lá, e a vila tornou-se parte do Fundo Fiduciário Italiano em 1988. Antes disso, era de propriedade de Guido Monzino, o líder da primeira expedição italiana a escalar o Monte Everest. Agora aberto ao público, as atrações incluem as salas de arte chinesa, africana e pré-colombiana e móveis ingleses e franceses do século 18.
Algo que ninguém deveria perder é o passeio de barco para a pequena ilha de Comacina, com direito a um almoço no Restaurante Locanda. A refeição consiste em aperitivos infinitos, pratos de massa, pratos principais e uma roda de Parmigiano tão grande quanto um pneu. O show principal vem depois da sobremesa, quando o proprietário Benvenuto Puricelli adiciona a um enorme caldeirão de café álcool suficiente para inundar o Lago de Como. Ele acende o fogo e, enquanto as chamas laranja lambem o teto, Puricelli conta que esse ritual desfará uma misteriosa maldição lançada na ilha em 1169.
Localizado no terraço do hotel com vista para o lago, o elegante Restaurante Mistral, premiado com estrelas Michelin, é presidido pelo chef Ettore Bocchia. O Mistral é o único restaurante na Itália a oferecer um menu completo de culinária molecular, modalidade na qual Bocchia é o principal especialista italiano. A culinária molecular é uma nova maneira de cozinhar baseada na ciência (o que acontece com os ingredientes no processo de cozimento, resfriamento e combinação durante a preparação dos alimentos), sem produtos químicos e com ingredientes naturais acentuados. Uma maneira perfeita de terminar uma refeição no Mistral é o sorvete feito com nitrogênio líquido. Claro, com vista para o lago.