Uma das maiores aventuras no mar é mergulhar com baleias jubarte em Newfoundland, no Canadá, um dos poucos lugares do mundo onde os visitantes têm a oportunidade de nadar ao lado desses mamíferos, que não têm medo de barcos. Por isso, as chances de encontrá-las são boas.
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“Salte agora!”, diz Rick Stanley, capitão e dono da agência especializada Ocean Quest Adventures, quando cinco turistas, vestidos com roupas de mergulho, snorkel, máscara e barbatanas, entraram na água fria à procura das baleias jubarte. Depois de alguns instantes, duas nadam em direção aos mergulhadores como trens de carga. A sensação é de perigo, mas elas mergulham abaixo das pernas dos visitantes. Uma delas passa tão perto que é possível ver as estrias brancas na barriga do animal. Elas, então, chicoteiam as águas e vão embora. Uma experiência inesquecível.
Agora, imagine esse tipo de aventura cercado de sofisticação. A Silversea Cruises, uma linha de ultra luxo com acomodações espaçosas, acaba de lançar duas experiências igualmente excitantes: snorkeling com tubarões-baleia nas águas mornas da Baía de Cenderawasih, Papua Ocidental, e um cruzeiro para a Northeast Passage em uma rota acima do Círculo Ártico, que pode parecer escasso em vida selvagem.
Em entrevista, Conrad Combrink, vice-presidente sênior de Expedições e experiências de desenvolvimento estratégico da Silversea, conta mais detalhes sobre a aventura de mergulhar com tubarões-baleia:
FORBES: Qual é o comportamento de um tubarão-baleia quando vê um humano?
Conrad Combrink: Os tubarões-baleia não se incomodam com a presença humana, eles são calmos e brincalhões. Não permitiríamos que os visitantes entrassem na água se isso perturbasse os animais.
F: O passeio é perigoso?
CC: Não, não faríamos nada que pudesse ser considerado perigoso, tanto para a proteção de nossos hóspedes quanto para a vida selvagem que encontramos.
F: Um guia acompanha os mergulhadores?
CC: No caso de Donsol, nas Filipinas, sim. Seguimos os regulamentos rigorosos e o protocolo da região. Trabalhamos com os guardas florestais locais. No caso da Baía de Cenderawasih, na Indonésia, os hóspedes recebem instruções claras e, em determinados momentos, vários membros da equipe da Expedição estão na água com eles. Um barco de resgate também está sempre à disposição de qualquer mergulhador que precise de ajuda.
F: Quantos mergulhadores compõem cada grupo de visitação?
CC: Normalmente, são seis por barco. Mas, na Baía de Cenderawasih, grupos de até 10 pessoas podem nadar a qualquer momento.
F: Como é ver um tubarão-baleia?
CC: Esta é uma experiência única na vida, verdadeiramente magnífica, ver essas criaturas gigantescas deslizando pacífica e majestosamente pelas águas.
F: O que acontece se o tubarão-baleia se aproximar do snorkeler?
CC: O snorkeler deve ficar calmo, e nada vai acontecer. Caso o mergulhador não fique calmo, o tubarão-baleia irá nadar para longe. Geralmente aconselhamos os hóspedes a manter uma distância de três metros, embora, de qualquer forma, o animal seja inofensivo.
F: Você já viu tubarões-baleia com seus filhotes?
CC: Pessoalmente, não. Mas espero um dia!
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F: Quantos tubarões-baleia é possível ver de uma só vez?
CC: Depende da estação e da sorte. Claro, não podemos garantir que eles serão vistos. Em uma das viagens em maio deste ano, a bordo do Silver Discoverer, os visitantes avistaram cerca de 10 animais. Alguns dizem que Baía de Cenderawasih tem o maior número de tubarões-baleia, mas eles estão distribuídos por uma área extensa.
F: Quais são as chances de ver tubarões-baleia?
CC: Na hora certa do ano e nas áreas corretas, as chances são razoavelmente altas, embora não possamos garanti-las. Os animais podem estar na região, mas não necessariamente onde os procuramos. Estes animais são selvagens e estamos visitando seu habitat natural. Logo, só podemos criar as condições para que esses momentos ocorram, mas não podemos assegurar que eles aconteçam.
F: Quantos mergulhos um convidado faz?
CC: Os hóspedes geralmente podem fazer uma parada para mergulho com snorkel e nadar, mas tentamos otimizar esse tempo. Na Baía de Cenderawasih, cada um teve três chances de nadar com os tubarões-baleia. No segundo local que visitamos, todos os que entravam na água tinham excelentes vistas dos animais.
F: Há alguns anos não era comum avistar animais selvagens no Ártico. Os visitantes veem a vida selvagem no seu cruzeiro?
CC: Há vidas selvagens espetaculares no norte distante: ursos polares, morsas, focas e aves marinhas.
F: O que torna esta experiência única?
CC:A maioria das pessoas nunca tem a chance de viajar para o Círculo Polar Ártico. É um lugar onde o oceano congela e a visão do mar congelado se estende até o horizonte. É muito difícil descrever. É verdadeiramente arrebatador.