A primeira escola de artes culinárias Le Cordon Bleu foi inaugurada em 1895, em Paris, pela jornalista Marthe Distel – a partir da publicação La Cuisinière Cordon Bleu, revista culinária voltada para as “donas de casa”. Mais de um século depois, o instituto evoluiu para um poderoso negócio internacional com 35 unidades em mais de 20 países.
LEIA MAIS: Le Cordon Bleu está com inscrições abertas no Brasil
A mais nova delas foi inaugurada no dia 8 de maio no bairro paulistano da Vila Madalena. Trata-se de uma joint venture com a Ânima Educação, um dos maiores grupos de ensino superior privado do Brasil – as empresas não revelaram os números envolvidos no negócio, mas afirmaram que o investimento foi “bem superior ao esperado”. A próxima abertura será no Rio de Janeiro, onde a instituição oferecerá grades diferenciadas e onde firmou parceria com o governo estadual com foco nos alunos da rede pública.
De passagem pelo Brasil, o presidente e CEO André Cointreau, membro da família que deu origem ao grupo de bebidas Rémy Cointreau e há 34 anos no cargo, e Daniel Castanho, presidente da Ânima, conversaram com a FORBES sobre a chegada da escola Cordon Bleu ao país.
FORBES: Como o Le Cordon Bleu passou de uma “escola de culinária para donas de casa” para o business atual?
André Cointreau: Foi todo um processo de evolução. No ano de 1914, já eram quatro escolas em Paris. Em 1931, a primeira unidade internacional, em Londres, seguida por um restaurante da bandeira em 1935. Na sequência fomos os únicos acreditados para treinar os soldados americanos após a Segunda Guerra Mundial, para reinserir a população na força de trabalho. Nos tornamos muito populares entre a realeza britânica, sendo os responsáveis pelo bolo do casamento da rainha Elizabeth, em 1947, e do menu da coroação, em 1953. Julia Child, apresentadora americana pioneira nos programas de culinária, também foi nossa aluna… Agora temos presença global e promovemos parcerias, como na Austrália, onde temos uma escola e também cuidamos dos Jogos Olímpicos em 2000.
Como a parceria começou?
Daniel Castanho: Sete anos atrás, li em um jornal que o chef número 1 da Cordon Bleu estava no Brasil para um jantar especial. Pensei na hora: “Tenho que estar lá”. A partir do encontro, consegui uma reunião com o chef Patrick Martin, na época vice-presidente do Le Cordon Bleu para América Latina, o que evoluiu para reuniões com o sr. Cointreau, e foram diversos encontros até assinarmos o contrato final, em 2017. Agora o Patrick Martin mudou-se para o Brasil e é o diretor técnico da unidade de São Paulo.
VEJA TAMBÉM: 6 champanhes non-vintage que você precisa conhecer
O que esperam atingir no Brasil?
André Cointreau: Somos uma instituição profissional, e devemos ser a melhor escola profissionalizante, com os melhores professores. Temos um percentual de pessoas que fazem os cursos por hobby – e algumas descobrem que querem ser profissionais. Estamos abertos a todos, mas sabemos que os preços são altos (em São Paulo, o chamado Grand Diplôme custa R$ 141.600).
Reportagem publicada na edição 59, lançada em maio de 2018